Igor Espinosa, réu confesso por matar o empresário Toni da Silva Flor, em 11 agosto de 2020, não conseguiu conviver com a culpa de cometer o crime e que ao confessar estaria tirando “um peso dos ombros”. A revelação foi do delegado da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcel Oliveira, em audiência nesta terça-feira (22.02).
Ele iniciou o depoimento declarando que estranhou a conduta de Ana Claudia ao querer sempre saber sobre o nome dos suspeitos e que linha estava nas investigações.
“Nas interceptações telefônicas foi descoberto que ela pagou um valor para uma menina dentro da delegacia para saber o que o Igor havia falado no depoimento, assim como a contratação de pistoleiro para matar o Igor. A conduta dela após a prisão do Igor foi de desespero”, declarou o delegado.
Marcel citou as acareações entre os investigados em que, segundo ele, foram confirmados a narrativa dos fatos em que Igor Espinosa é o executor do crime e Ana Claudia Flor a mandante, além da participação de Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.
Conforme o delegado, a mãe e a irmã de Igor perceberam que ele ficou estranho após a data do crime, e que um certo dia, quando estava na residência, a sua mãe teria visto ele atender o telefone no quintal e teria dito: “Se eu for preso, todo mundo vai comigo. A mãe dele ficou sem entender o que seria. Após a prisão ele prontamente confessou. E que após isso falou que estava tirando um peso das costas e que não estava conseguindo conviver com aquilo”, relatou.
O delegado negou qualquer irregularidade no reconhecimento de Igor Espinosa e nas interceptações telefônicas.
Mãe de Igor Espinosa
A mãe de Igor, Evanir Espinosa, que foi ouvida como informante. Ela contou que o filho chegou de madrugada chorando e foi para o quarto. “Eu perguntei o que tinha acontecido. Ele disse que não era o filho que eu merecia. Eu disse porque filho. Mãe eu matei um homem. Eu não posso falar nada mais para bem da senhora. Aí depois ele ficou no quarto chorando e não comentou mais nada comigo. Eu só fiquei sabendo quando prenderam”, relatou.
Evanir negou desconhecer que o filho tenha recebido qualquer quantia para executar o crime, e confirmou a história do delegado: “Eu o ouvi dizendo no telefone: se eu cair, vai cair todo mundo”.
A mãe contou que filho que era usuário de drogas (maconha e cocaína), e suspeito que ele tenha problemas psicológicos por alguns distúrbios no seu comportamento. “Para mim ele disse que estava arrependido e que deveria seguir o exemplo da irmã dele. Ela é formada por fisioterapia”, contou.
Namorada de Igor
Priscila de Paula, namorada de Igor, disse em depoimento que ele vivia angustiado, triste, chorando, e que no começo ele não falava o que estaria acontecendo. Ela relatou que depois de muita insistência o acusado relatou que matou uma pessoa.
“A única que falou que dois, três amigos o chamaram para fazer o serviço e que uma pessoa havia mandado. Mas, não falou quem era. Ele disse que havia se arrependido. Que quando cometeu estava sob efeito de droga. Falei para ele se entregar. O que deu para entender era que ele tinha medo da pessoa que poderia ser influente”, contou.
A namorada declarou que Igor “sofria calado”, e que havia recebido uma parte do dinheiro para executar o crime, mas que não queria receber o restante, e que queria distância das pessoas que o envolveram no crime.
Ela afirmou que parecia que Igor era bipolar, mudava do nada. “Eu falava para ele: você tem distúrbio, você é louco, não é normal. Eu acho que ele usava drogas, nunca ouvi, mas acho que ele brigava comigo para usar”.
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