O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade apresentado pela defesa do empresário Wilian Aparecido da Costa Pereira, preso preventivamente durante a Operação Ragnatela 2, acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa em benefício da facção criminosa Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso. A decisão foi proferida pelo ministro Carlos Cini Marchionatti e publicada nesta sexta-feira (28.03).
A defesa de Wilian alegou falta de fundamentação na prisão preventiva e ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal, além de solicitar extensão da liberdade provisória concedida a outros acusados no mesmo processo. Entretanto, o ministro entendeu que há elementos concretos suficientes para justificar a manutenção da prisão preventiva, destacando a gravidade dos crimes e fortes indícios de reiteração criminosa.
Wilian é investigado por atuar em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou milhões de reais. Conforme a decisão judicial, o empresário teria sido responsável por receber e movimentar grandes quantias em dinheiro provenientes de atividades ilícitas, utilizando empresas como a casa noturna Dallas Bar e o Expresso Lava Car para ocultar a origem criminosa dos recursos.
As investigações revelaram crescimento significativo e suspeito da movimentação financeira de Wilian, que saltou de pouco mais de R$ 50 mil em 2018 para mais de R$ 1,5 milhão em 2021. Ainda segundo a investigação, as empresas ligadas ao acusado movimentaram mais de R$ 22 milhões em apenas dois anos, grande parte oriunda de depósitos fracionados e transferências destinadas a dissimular a origem do dinheiro ilícito.
O ministro reforçou a necessidade da prisão preventiva para garantir a ordem pública e evitar a continuidade dos delitos ligados à facção criminosa Comando Vermelho. A decisão destacou ainda que as circunstâncias que beneficiaram outros acusados com liberdade provisória não se aplicam ao caso de Wilian, dada sua participação contínua e relevante no esquema criminoso.
O processo segue agora com o envio de informações adicionais pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ao STJ e, posteriormente, com manifestação do Ministério Público Federal.
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