O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Orlando Perri, em entrevista ao 
No Ar com o jornalista Geraldo Araújo, na manhã nesta terça-feira (18.02), afirmou que os presos estão passando fome depois da lei sancionada pelo governador Mauro Mendes (União) que determinou o fechamento dos “mercadinhos”, cantinas dentro das unidades prisionais.
“Com o fechamento dos mercadinhos nós vimos aflorar, brotar, pelas [...] pelas bocas de esgotos, essa grave deficiência do Estado de Mato Grosso. Hoje os presos estão passando fome dentro de nossas unidades prisionais. Nós fizemos a inspeção e saímos estarrecidos com o que está acontecendo”, frisou Perri.
De acordo com o presidente Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT), os reeducandos não estão recebendo materiais básicos de higiene. Segundo o magistrado, está faltando absorvente íntimo para as reeducandas, e os presos estão dividindo sabonete, pasta de dente, escova de dente e aparelho de barbear.
“Nem todos recebem, por exemplo, um sabonete. Um sabonete está sendo divido entre três ou quatro presos. Uma pasta de dente sendo compartilhada por 12 presos, uma escova de dente sendo compartilhada quatro presos, um prestobarba sendo compartilhado com 15, e muitos deles com AIDS dentro da cela. É uma situação extremamente grave”, externou Perri.
Para o desembargador, essa situação somente está ocorrendo por conta do encerramento dos “mercadinhos”, uma vez que os presos complementavam esses materiais básicos de higiene adquirindo das cantinas ou recebendo dos familiares.
“Mas quando suspendeu o funcionamento dos mercadinhos e dos jumbos esse esgoto veio à tona”, finalizou o desembargador Orlando Perri.
Leia também - "Sandro Louco triplicou o lucro com a proibição dos mercadinhos", diz desembargador
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
