O Ministério Público do Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Cotriguaçu, solicitou à Polícia Judiciária Civil nesta sexta-feira (29.09), a abertura de um inquérito policial para investigar a conduta do advogado que filmou e fotografou os jurados durante a sessão plenária do Tribunal do Júri. Após o fato, o Conselho de Sentença foi dissolvido por solicitação dos jurados.
De acordo com o MPMT, o registro ocorreu durante o julgamento de um chefe de facção criminosa na cidade, acusado de ter sido o responsável pelo homicídio de Wanderson Costa Pinheiro. O réu foi recambiado de uma unidade prisional em Marechal Cândido Rondon, no Paraná, até Cotriguaçu. Foram 4.418 quilômetros percorridos (ida e volta), com todas as despesas assumidas pelo Estado de Mato Grosso.
O advogado, segundo a Promotoria de Justiça, fez uma ameaça velada ao Conselho de Sentença com fotos e filmagem do corpo de jurados, para favorecer o interesse do cliente. "Verifica-se que o advogado praticou, em tese, grave ameaça velada ao Conselho de Sentença com seu comportamento de tirar fotos e filmar o corpo de jurados, com possível intento de favorecer interesse do seu cliente, considerado chefe de facção criminosa e mandante do homicídio da vítima Wanderson”, diz um trecho do despacho da Promotoria de Justiça.
Além de requerer a abertura de um inquérito policial contra o advogado, a Promotoria também solicitou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MT) fornecesse dados sobre os gastos realizados com o transporte do réu. Na mesma sessão, também estava sendo julgado outro réu que foi recambiado para Juína.
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