23 de Fevereiro de 2025
23 de Fevereiro de 2025

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

VGNJUR Quinta-feira, 03 de Fevereiro de 2022, 14:57 - A | A

Quinta-feira, 03 de Fevereiro de 2022, 14h:57 - A | A

“Ofendeu Bolsonaro”

CNMP decide na próxima terça (8) se recebe denúncia de Medeiros contra chefe do MPE

Em trecho do discurso ele falou sobre “Gabinete do Ódio” instalado no Palácio do Planalto.

Rojane Marta/VGN

O Conselho Nacional do Ministério Público irá decidir na próxima terça (08.02) se recebe ou não a representação formulada pelo deputado federal José Medeiros contra o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira por suposta “ofensa” ao presidente da República Jair Bolsonaro, em seu discurso de posse para o segundo mandato, no Ministério Público, em fevereiro de 2021.

Medeiro pediu à Corregedoria-Geral do Conselho Nacional do Ministério Público a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Borges. Além de alegar que o chefe do MPE fez manifestações públicas ofensivas e de cunho político contra Bolsonaro, Medeiros também alegou que o discurso de Borges atingiu o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Conforme Borges, ele já prestou suas informações à Corregedoria-Geral. “Estou tranquilo e sereno no meu ofício e aguardo com serenidade a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público” destacou.

Vale lembrar que Medeiros é alvo de uma representação que tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal, por disseminação de fake news, e o autor da denúncia contra o deputado federal é o José Antônio Borges Pereira.

Discurso

Ao discursar, Borges falou sobre a destruição da Amazônia, que segundo ele, não é feita por empresários que pagam seus impostos e são a locomotiva da economia brasileira, mas sim por 1% de grileiros, garimpeiros ilegais e invasores de terras públicas e indígenas, infelizmente com o discurso retrógrado da década de 1970 de que a Amazônia é nossa e poderá ser invadida por outro país. “Enquanto isso acontece, assistimos ao nosso Presidente da República e seu Ministro do Meio Ambiente fazendo vistas grossas, mudando a legislação e desmontando os órgãos de fiscalização federal. E o STF sendo acionado e tentando barrar esses crimes lesa-humanidade” cita trecho do discurso.

Ele ainda falou sobre a pandemia que afetou o mundo em 2020. “O trágico ano de 2020 ainda não acabou, com a pandemia não controlada, mesmo com a vacina chegando. Temos um Presidente da República insensível, desumano, inconsequente, terraplanista, que desprezou a ciência e jogou a população contra os governadores e prefeitos e, por consequência já temos mais de duzentos e trinta e três mil e quinhentos e vinte mortos”.

E em outro trecho do discurso ele falou sobre “Gabinete do Ódio” instalado no Palácio do Planalto.

“Hoje, todas as autoridades são eleitas pelo voto popular nas eleições majoritárias e proporcionais ou ocupam seus cargos por concurso público nas carreiras de Estado. Ao serem empossadas, prometem respeitar a Constituição Federal e demais leis. Entretanto, o nosso Presidente da República, vencedor da última eleição com a bandeira liberal, que torço que cumpra sua proposta de diminuir o tamanho do Estado, fazer a reforma tributária e a privatização das estatais deficitárias, tem adotado uma postura e um discurso que deixam a população brasileira preocupada com o futuro da nossa democracia. Esperamos que ele, assim como nossos governadores e prefeitos recém-empossados, cumpram com seus contratos de gestão, cenário em que a população seria a principal beneficiada pelas políticas públicas implementadas. Se assim o fizerem, terão o reconhecimento do eleitor e certamente se reelegerão. Essa é a regra do regime democrático, a alternância de poder. Ter adversários políticos é saudável, mas a polarização e divisão da população que temos assistido, entre “Nós e Eles”, e falar de comunismo numa economia globalizada para criar um inimigo, como tem feito o Chefe da Nação, não é hilário, mas preocupante. Ainda mais quando se pratica um discurso e ações arquitetadas dentro de um “Gabinete do Ódio” instalado no Palácio do Planalto para atacar as Instituições pilares do Estado Democrático de Direito, que são o Congresso Nacional, Poder Judiciário e Ministério Público, no sistema de freios e contrapesos”.

E continuou: “Aprendi nas minhas aulas de pós-graduação na PUC de São Paulo, com o Professor Tercio Sampaio Ferraz Júnior, que quando os argumentos e teses não conseguem ser refutados, a tática é a pessoalidade, os ataques pessoais. É o que constatamos vendo militantes em marcha lembrando os nazifascistas e jogando fogos de artifício no STF, dizendo que vão estuprar filhas de ministros, fazendo plantão na porta das suas residências. E ainda ouvir um filho do Presidente e parlamentar afirmar que “Bastam um soldado e um cabo para fechar o STF”. Os ataques não são somente às instituições que compõem os poderes que formam o Estado brasileiro, mas também ao “espaço cívico” que se tenta corroer com intimidação, assédio e difamação. Tática usada com frequência por membros do atual Governo Federal e importante parte de seus apoiadores e seguidores. Os ataques misóginos do Governo têm muitos alvos, dentre eles, lideranças da sociedade civil, artistas, cientistas, acadêmicos, funcionários públicos, influenciadores e jornalistas”.

No discurso Borges destacou o voto eletrônico do Brasil há mais de duas décadas é modelo mundial na era digital, inversamente ao voto no papel dos EUA. “Mas o precedente do Capitólio americano invadido pelos radicais brancos apoiadores do sociopata Donald Trump, num país berço da democracia na era moderna, faz o nosso Presidente da República alertar que o mesmo poderá acontecer no Brasil em 2022, nas eleições majoritárias, colocando em dúvida a Justiça Eleitoral brasileira. Mas não é só isso... O Senhor Presidente da República tem ido em formaturas de graduação de baixas patentes do Exército e das Polícias Militares dos Estados com um discurso constrangedor para os generais e coronéis diante de seus comandados, desconsiderando que a disciplina e a hierarquia formam a pedra angular dessas instituições militares. Neste caminho antidemocrático arquitetado neste bate e assopra, testando a resistência das instituições, o “Ovo da Serpente” do cineasta sueco Ingmar Bergmam, na nossa realidade política tem a cereja do bolo macabro de dois projetos de Lei Orgânica das Polícias Civil e Militar que restringem o poder de governadores sobre os braços armados dos Estados. As propostas trazem mudanças na estrutura das polícias, como a criação na PM da patente de general, hoje exclusiva das Forças Armadas, e a Constituição de um Conselho Nacional de Polícia Civil ligado à União. São projetos de lei completamente inconstitucionais por ferirem o Pacto Federativo” enfatizou.

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

Comente esta notícia

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760