O policial militar que atua no Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Edvaldo Júnior Rodrigues Marques de Souza, foi preso nessa quinta-feira (30.09), em Cuiabá, após cinco anos de supostamente cometer os crimes de homicídio qualificado praticado contra a vítima Adriele da Silva Munis e por tentativa de homicídio contra Rubens Sales Pereira, Marco Antônio Sales Pereira e Andrey Almeida Silva. A decisão é da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, e atende recurso do Ministério Público de Mato Grosso.
Apesar de o crime ter ocorrido em 18 de dezembro de 2016, o inquérito somente foi concluído recentemente e a denúncia oferecida em 12 de abril deste ano.
De acordo com o MPE, os crimes ocorreram próximo à Praça Ipiranga, em Cuiabá. E a motivação foi fútil, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de resultar em perigo comum, já que os disparos foram efetuados em via pública, em local com circulação de pessoas.
Segundo o MPMT, o denunciado e sua namorada iniciaram uma discussão com as vítimas Rubens Sales Pereira e Marco Antônio Sales Pereira. E na tentativa de cessar a briga, Rubens Sales Pereira acelerou o seu carro para sair do local.
Contudo, o policial passou a perseguir o veículo das vítimas, e efetuou vários disparos de arma de fogo que atingiram Adriele da Silva Munis, que estava no banco traseiro do carro. “Ela chegou a ser levada ao Pronto-Socorro, mas não resistiu e veio a óbito”.
Em Primeira Instância, o MPE teve o pedido de prisão negado, por o magistrado entender que, apesar da gravidade do crime, o fato ocorreu em 2016, e que de lá para cá não haveria elementos concretos para indicar o perigo gerado pelo estado de liberdade do acusado.
Porém, ao julgar o recurso do MPE, por unanimidade, a 3ª Câmara Criminal deu provimento, sob argumento “ser indispensável a medida extrema de privação da liberdade, considerando a elevada periculosidade do policial”.
“Não fosse suficiente, ao permanecer inerte por anos após matar a vítima, o recorrido demonstrou seu descaso e frieza para com a vida dela e o sofrimento dos seus familiares, o que também ressalta sua periculosidade em meio social”, diz trecho da decisão.
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