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VGNJUR Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2022, 18:10 - A | A

Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2022, 18h:10 - A | A

PERIGOSA

Réu confesso afirma que tinha medo de Ana Flor e que sofreu quatro tentativas de homicídio na cadeia

Ele disse que temendo pela vida ficou quatro meses no isolamento dentro da cadeia

Lucione Nazareth/VGN

Igor Espinosa, réu confesso por matar o empresário Toni da Silva Flor, em 11 agosto de 2020, revelou nesta quinta-feira (24.02), em audiência por videoconferência, que tinha medo de Ana Claudia Flor — após descobrir que ela teria planejado matá-lo. Além disso, ele contou que quando foi preso sofreu quatro tentativas de homicídios e que temendo pela vida ficou quatro meses no isolamento.  

No início do depoimento, Igor reafirmou a confissão de ter matado empresário Toni da Silva, e que disse que não planejou o crime, apenas foi ao local indicado por Ana Flor, academia jiu-jítsu em Cuiabá, esperou a vítima e seguida executou o crime, fugindo em uma motocicleta.  

Ele relatou que o amigo, Wellington Honório Albino (também réu na ação), o procurou dois dias antes do crime relatando ter um serviço, mas que não teria comentado o que seria. Segundo ele, Ediane Aparecida da Cruz Silva, teria feito a ponte com Ana Claudia — passando o número de telefone. O acusado disse que na época tinha dívidas de drogas e precisava de dinheiro —  por isso “pegou o serviço”, até porque o valor combinado foi de R$ 60 mil. No depoimento, Igor afirmou que fez toda negociação com Ana sob efeito de drogas.  

Ele narrou que Ana Claudia teria ligado via WhatsApp contratando-o para matar o marido sob alegação de que havia sido agredida por ele, que não aguentava mais, que o esposo não aceitava a separação, enviado inclusive fotos para Igor com hematomas e toda machucada. Segundo ele, Ana contou que contratou uma pessoa antes para matar o esposo e deu uma espingarda calibre 12 e uma pistola, porém, eles não fizeram o combinado e ainda ficaram com o armamento fornecido por ela.  

Igor relatou que Dieliton Mota da Silva foi a pessoa que arrumou a arma de fogo e ficou acordado de passar um valor pelo uso do revólver, e que posteriormente, após matar Toni Flor, entregou a arma para Wellington que repassou para Dieliton.  

Ele disse que chegou a ficar com medo no dia do crime, ao chegar na academia e perceber que o local era para prática de jiu-jítsu, e recebeu parte do valor combinado, R$ 20 mil em notas de R$ 50 e R$ 100 das mãos da própria Ana Claudia, e que a mesma falou para ele sumir e ficar “de boa que ela iria resolver”, ocasião em viajou para Rio de Janeiro.  

O acusado contou que foi cobrar o restante de R$ 40 mil, combinado, e que discutiu com Ana Flor pelo não recebimento da quantia. “Ela me disse que você quer me denunciar, pode me denunciar. Falei para ela que isso acabaria com a vida dela. Um dia, ela me disse: vem aqui que vou te pagar. Mas, aí fiquei sabendo que ela queria me matar. Quando cheguei no presídio tentaram me matar quatro vezes na igreja. Aí pedi para a advogada para ir ao isolamento. Eu fiquei quatro meses no isolamento para que não me matassem”, relatou.  

Igor negou que tenha contado sobre o crime para Cristiane Silva em uma festa, assim como negou ter visitado a academia antes do cometimento do homicídio. “Eu tinha medo dela. Porque ela teve capacidade de matar marido dela, poderia muito bem me matar. No dia que fui preso, o delegado me mostrou um áudio em que Ana estaria combinando para matar ele. Eu fiquei com medo dela”, contou.  

Wellington Honório Albino  

Em seu depoimento, Wellington disse conversar com Ediane Aparecida pelo Facebook e que em um dia ela o procurou relatando que tinha uma amiga querendo matar o marido, e perguntou se ele fazia o serviço. Na época, ele afirmou que não matava ninguém e que tinha um amigo que poderia executar o serviço — entrando em contato com Igor Espinosa.  

Ele contou que conversou com Dieliton para ele arrumar arma para Igor, e que neste dia contou toda a história do crime para o amigo, mas garantiu que ficou sabendo que a pessoa morta era Toni Flor por parte de Igor — após o cometimento do crime. O acusado ainda revelou que Igor teria reclamado que Ana Flor estava demorando em pagar pela morte do marido.

Dieliton Mota  

Ele afirmou que usava droga com Wellington, que era um cliente, e que ouvi dele que um amigo estava precisando de uma arma de fogo para matar uma pessoa. Ele alegou que Igor afirmou que passaria pagaria pelo uso da arma, mas que nunca recebeu nada, e que quem devolveu a arma foi Wellington.  

Ediane Aparecida  

Ela negou qualquer participação no homicídio e assim como que nunca perguntou para Wellington Honório se ele conhecia uma pessoa que executasse o crime. Ediane contou que Ana relatou estar sofrendo no relacionamento e que apanhava do marido, mas negou que ela entrou em detalhes sobre as agressões ou que a mesma tenha pedido para amiga procurar alguém para matar o esposo.

Sandro Lúcio dos Anjos  

Ele negou que tenha tido relacionamento com Ana Flor pelo fato dela ser casada, e que na época estava conhecendo outra pessoa.

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