24 de Fevereiro de 2025
24 de Fevereiro de 2025

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

VGNJUR Segunda-feira, 25 de Outubro de 2021, 07:00 - A | A

Segunda-feira, 25 de Outubro de 2021, 07h:00 - A | A

Agressão na Praça Popular

“Nildes Federal” pretende processar o Estado por abuso de autoridade

Conforme Nildes, no dia dos fatos  sofreu abuso de autoridade por parte dos policiais

Rojane Marta/VGN

Reprodução vídeo

policial praça nildes

 

A jornalista Nildes de Souza, que se intitula nas redes sociais como “Nildes Federal”, disse à equipe da Divisão de Psicossocial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que pretende processar o Estado por abuso de autoridade.

Nildes passou por uma entrevista com uma assistente social e com psicólogo, profissionais responsáveis por emitirem um laudo sobre a saúde mental dela. Leia mais: Laudo aponta que “Nildes Federal” está em sofrimento psíquico por exposição e pede retirada de tornozeleira

Em 11 de outubro deste ano, Nildes se envolveu em uma confusão na Praça Popular com um policial militar. Após discutir com o PM ela jogou cerveja na cara dele e acabou sendo agredida e presa.

Consta do Relatório de Estudo Psicossocial, que na entrevista Nildes contou que no dia 11, saiu para se divertir e ao chegar no bar na região da Praça Popular, começou a conversar com duas mulheres que ela não conhecia. Uma delas disse ser ex-mulher de um dos policiais que estava trabalhando no local, e que a mesma solicitou que uma das mulheres segurasse sua carteira enquanto iria ao banheiro. Ao retornar para procurar a senhora que estava com sua carteira, não a encontrou no recinto e nenhuma das mulheres que estavam com ela antes, somente alguns casais. Na oportunidade se dirigiu até um dos policiais e o informou sobre o ocorrido, porém, segundo ela, o mesmo dirigiu palavras de baixo calão a ela, a ofendeu com xingamentos como “puta” e a mesma afirmou que ficou nervosa com atitude do policial, então jogou um copo de cerveja no rosto dele.

Foi quando, segundo Nildes, os policiais e um segurança particular do bar passaram a espancá-la e deram voz de prisão a ela. Após isso, Nildes conta que foi jogada no camburão da viatura de polícia e encaminhada para a Delegacia Militar (Ciosp – Verdão).

Nildes conta que chegou a meia-noite no local e saiu às 9h da manhã do dia seguinte, que na primeira cela onde permaneceu até por volta das seis da manhã não havia banheiro e água para beber, mas, posteriormente foi passada para outra cela a qual havia banheiro. Na ocasião, ela diz que perguntou se havia cela especial, por possuir ensino superior completo e que os servidores reagiram com deboche dizendo que ela já estava em cela especial.

Depois ela relata que foi encaminhada para a delegacia Judiciária Civil e posteriormente foi levada para o Fórum, onde realizou exame de Covid e foi oferecida refeição e que em torno de 13h aguardou a Audiência de Custódia, que ocorreu em torno de 20h do mesmo dia.

Em audiência, ficou determinado pela juíza o pagamento de fiança no valor de um salário mínimo, dividida em duas vezes, o uso da tornozeleira eletrônica e a suspensão de saída noturna a partir das 22h às 6h da manhã e a participação no Alcoólicos Anônimos.

Nildes relatou que após ser liberada, houve outra situação de constrangimento, no dia 14 de outubro, quando foi com uma amiga em uma lanchonete na cidade de Várzea Grande, em torno de 19h20min, foi abordada por policiais e segurança do bar, que conduziu a mesma na viatura da polícia, alegando que ela estava em descumprimento da determinação judicial, porém a mesma afirma que não fez uso de bebida alcoólica, somente sua amiga e que na ocasião estava com a tornozeleira descarregada pelo fato de que havia esquecido o carregador na casa de sua mãe em Várzea Grande.

Conforme Nildes, no dia dos fatos  (11.10) sofreu abuso de autoridade por parte dos policiais e que por isso, pretende processar o Estado e o bar Cerveja de Garrafa, pela forma que foi abordada e por não ter tido o direito de falar durante o período que foi detida.

Nildes conta que durante todo o processo, não foi ouvida em nenhuma instância.

Ela ainda mencionou que a sua carteira foi entregue por um homem desconhecido na casa de sua irmã, Lívia e faltava apenas as notas de dinheiro. O contato foi feito por sua irmã para o celular de Nildes que estava na carteira, ocasião em que alguém atendeu a ligação e levou a carteira até ela.

A equipe técnica orientou Nildes sobre a importância da continuidade do tratamento medicamentoso, além da importância do acompanhamento pela Unidade de Saúde CAPS- Saúde Mental, a fim de assegurar a manutenção do tratamento. No ato da finalização da entrevista psicossocial, Nildes, aceitou ser encaminhada voluntariamente ao Centro de Atenção Psicossocial.

Leia matéria relacionada

Policial que levou “banho de cerveja” é acusado de agredir e ameaçar ex na Praça Popular

 Briga na Praça Popular: mulher diz ter sido enganada e roubada por suposta ex de policial; PM desmente

Mulher joga cerveja na "cara" de policial e é agredida na Praça Popular; “ela é ex dele” conta amiga

Tratamento e filhos

Conforme relatado por Nildes, ela trabalhou por algum tempo na Prefeitura de Bom Jesus de Araguaia, porém, por opção própria, não quis renovar o contrato de trabalho e decidiu vir para Cuiabá em busca de uma oportunidade de emprego e tem a intenção de alugar uma casa futuramente na cidade.

Ela mencionou que possui três filhos, sendo que a mais velha reside com os avós e que os outros filhos moram com os seus respectivos genitores.

Nildes relatou que faz tratamento médico psiquiátrico a aproximadamente 20 anos, que no começo tratava como depressão e posteriormente passou a fazer o uso de medicação para bipolaridade, e eventualmente parou o uso da medicação por seis anos e que se sentia bem neste período, porém, após sofrer com o término de um relacionamento em que sofreu violência doméstica e um assalto na casa onde residia, há sete anos, sentiu a necessidade de retomar o tratamento, e continua com o tratamento alopático desde então.

 

 
 
 
 

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

Comente esta notícia

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760