05 de Outubro de 2024
05 de Outubro de 2024
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Entrevista da Semana Sábado, 05 de Outubro de 2024, 15:00 - A | A

Sábado, 05 de Outubro de 2024, 15h:00 - A | A

entrevista da semana

Secretário reconhece avanços significativos na Cultura e afirma que Estado penalizou Cuiabá

O secretário disse que algumas parcerias que podiam ser concretizadas, não foram possíveis de acontecer.

Gislaine Morais/VGN

Roteirista, ator e diretor premiado local e nacionalmente, 30 anos de atuação no mercado nacional da artes cênicas, intérprete há 25 anos da personagem Lau na dupla Nico e Lau, Justino Astrevo, secretário de Cultura, Esporte e lazer de Cuiabá, em entrevista exclusiva ao afirmou que o Governo do Estado penalizou Cuiabá dificultando recursos estaduais para Cultura na Capital. Segundo ele, algumas emendas que eram destinadas para serem realizadas em Cuiabá não foram concluídas.

O secretário mencionou ainda que algumas parcerias que podiam ser concretizadas não foram possíveis de acontecer. "Embora nós consigamos realizar algumas ações que foram importantes de parceria com outros entes, como a Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores", destacou.

Efetivado no comando da Secretaria em agosto deste ano, mas comandando a pasta desde abril, Justino Astrevo, detalhou que chegando ao final do mandato do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) reconhece que conseguiu avanços significativos tanto no sentido da gestão pública, de construção de políticas públicas, como também no atendimento à classe artística. 

Entre os projetos criados em sua gestão, Astrevo citou o primeiro som do Ganzá, uma atividade cultural voltada para a tradição folclórica de Cuiabá. Segundo ele, esse movimento foi criado no sentido de comemorar o 22 de agosto que é o Dia Nacional do Folclore.

Confira entrevista na íntegra:

VGN - O senhor como uma importante referência na Cultura de Mato Grosso, avalia que conseguiu atender o seguimento?

Justino Astrevo - Conseguimos avanços significativos tanto no sentido da gestão pública, de construção de políticas públicas, como também no atendimento à classe artística, uma vez que nós estávamos saindo de um momento bem difícil, que foi a pandemia, onde paralisou todas as atividades.

Por conta disso, a Secretaria de Cultura planejou várias atividades de artes integradas para todas as linguagens, justamente para poder ofertar um pouco de trabalho e renda para os artistas que precisavam muito e também para retomar uma atividade. Então, nesse sentido, eu acho que nós conseguimos atender bem a comunidade cultural.

VGN - Quais projetos conseguiu implementar na Cultura desde quando assumiu interinamente em abril de 2024?

Justino Astrevo - Sim, nós realizamos algumas atividades bem importantes, entre elas o primeiro som do Ganzá, uma atividade cultural voltada para a tradição folclórica de Cuiabá. Nós criamos esse movimento no sentido de comemorar o 22 de agosto que é o Dia Nacional do Folclore.

Também fizemos um evento muito importante no Parque das Águas com os grupos do Rasqueado, Lambadão, sobretudo do Siriri e Cururu. E vamos desenvolver outras ações que são decorrentes desse evento.

Conseguimos também nesse período tocar a Política Nacional Aldir Blanc II (PNAB), que é um processo muito importante porque são recursos da ordem de R$ 4,5 milhões disponibilizados pelo Governo Federal que colocamos para que o setor da cultura desenvolva os seus projetos.

VGN - Tem projetos para valorizar a cultura local e as tradições cuiabanas?

Justino Astrevo – O grande avanço foi promulgação da Lei Municipal nº 7.105, de 17 de junho de 2024, que institui o Plano Municipal de Cultura. O Plano Municipal define metas e ações através de seis eixos estratégicos, compostos por 29 metas e 222 ações. Também estamos finalizando o processo de eleição do Conselho Municipal de Política Cultural. Projetos que não estavam incluídos na Secretaria de Cultura.

VGN – Secretário quando o senhor assumiu definitivamente a pasta, disse que daria continuidade a algumas políticas de valorização, como ações voltadas para a comunidade LGBQIAT+, o movimento negro, as futuras iniciativas culturais. O senhor conseguiu dar essa continuidade ou ainda não deu tempo para chegar nessa parte?

Justino Astrevo - Damos continuidade nisso diariamente no nosso trabalho, porque na verdade toda vez que você adota política de atendimento, política de valorização a todos, é o segmento da cultura, né? Você está dando continuidade nessa linha de raciocínio. Por exemplo, os editas que lançamos agora da PNAB contempla muito as culturas contemporâneas, o hip-hop, LGBTQIA+, parcerias que nós estabelecemos com esse movimento.

Atendemos muitas demandas, expressões das religiões de matrizes africanas, tanto do grupo LGBTQIA+. Por meio do MIS, que é do Museu de Imagem e Som de Cuiabá, nós atendemos também várias iniciativas nesse sentido. E vamos ainda concretizar em novembro com a realização do 7º Kwanzaa, que é o festival de cultura afro-brasileira, que foi uma política criada nesta gestão.

VGN – Secretário, a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro teve dificuldade para conseguir recursos estaduais para a cultura da Capital?

Justino Astrevo - Muito. O Estado realmente penalizou Cuiabá nesse sentido. Algumas emendas que eram destinadas para serem realizadas em Cuiabá, elas não foram concluídas. Algumas parcerias que podiam ser concretizadas, elas não foram possíveis de acontecer. Embora nós consigamos realizar algumas ações que foram importantes de parceria com outros entes, como a Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores.

Alguns projetos culturais também na área da cultura tradicional, do Lambadão, do Rasqueado aconteceram com recursos de emenda do município. E conseguimos emenda federal também com a ex-deputada Rosa Neide, deputado Emanuelzinho, que foi possível para ampliarmos os recursos da Secretaria Municipal de Cultura, do Tesouro Municipal.

VGN - Como a Secretaria está promovendo o fomento desses artistas locais e novos talentos? Existe algum plano para ampliar o acesso a atividades culturais nas regiões mais periféricas de Cuiabá?

Justino Astrevo - Essa é uma ação importante. Esta demanda prioriza a realização de projetos por pessoas que residem nas regiões onde atuarão, beneficiando o público com quem convivem diariamente. Para promover a equidade, é adotada uma pontuação diferenciada para projetos realizados em áreas periféricas, assegurando que os recursos possam ser acessados por artistas e produtores culturais que residem nos bairros mais distantes e vulneráveis de Cuiabá

Essa é uma política nacional também incorporada pela Secretaria. Além dessas diretrizes, estamos promovendo atividades culturais próprias, independentemente dos editais, como o grande projeto 'Cuiabá Sonoro', que oferece ensino de música. O projeto acontece em diversos pontos da cidade, incluindo a Secretaria Municipal de Cultura, o Museu da Imagem e do Som (MISC), no bairro Jardim Passaredo e o CPA, proporcionando oportunidades para que pessoas de diferentes regiões possam se expressar por meio da música.

Por conta também de aprovação de projetos na Lei Paulo Gustavo, acabamos de acompanhar a realização do projeto “Panorama das Artes da Sena”, que é um festival de artes cênicas que rodou por 11 bairros de Cuiabá, principalmente os bairros mais periféricos, exatamente no sentido de que eles possam acessar o produto cultural com mais de forma gratuita.

VGN - Como o senhor avalia a inclusão das batalhas na Lei nº 7.013, que declara batalha de rima um patrimônio cultural e material de Cuiabá?

Justino Astrevo - Acho muito importante. Inclusive, elas devem ser contempladas no edital que lançamos para pontos de cultura e para subsídio de atividades que acontecem, como são algumas batalhas, por exemplo, que nós temos a Batalha de Alencastro, do Tijuca, do CPA, algumas batalhas espalhadas.

Esse é um movimento grande e em constante crescimento. Graças a essa articulação, foi possível conquistar essa lei. Considero fundamental a valorização desses artistas e dessa forma de expressão, que é contemporânea e relativamente recente, mas que tem crescido significativamente em Cuiabá.

Acredito que, sempre que um grupo cultural se mobiliza para validar e legitimar sua produção artística, e isso é reconhecido por meio de uma lei, trata-se de algo fundamental. A lei representa um legado que deixamos para as futuras gerações.

VGN – Em relação ao esporte, existe algum programa para incentivar a prática esportiva nas escolas e nas comunidades de Cuiabá? E como a Secretaria pretende melhorar a infraestrutura esportiva da cidade?

Justino Astrevo - Nós temos parceria com as escolinhas tanto de futebol quanto de basquete, nós apoiamos as atividades de voleibol, handball, takedown, boxe. Contudo, muitas dessas atividades utilizam os nossos aparelhos esportivos, consequentemente eles precisam de constante manutenção.

Temos mais de seis escolinhas de futebol espalhadas nas periferias gratuitamente e que são iniciativa da própria comunidade em parceria com a Secretaria.

O próprio Dutrinha, que é o maior que temos e com melhor capacidade para atender o campeonato estadual. Mas lá também acontece o campeonato estadual e nacional sub-15, sub-17, que são essas oportunidades que os jovens têm de entrar para práticas esportivas.

VGN - O senhor era a favor da concessão do Estádio Presidente Eurico Gaspar Dutra, conhecido como Dutrinha? O Novo Mixto S.A – foi a única empresa a participar do certame, e arrematou a concessão, o que significa para o futebol mato-grossense?

Justino Astrevo - O contrato estabelece que as atividades espontâneas do município também devem ter espaço no estádio. A gestão tem total liberdade para realizar investimentos em manutenção e melhorias, o que, naturalmente, gera despesas. Esses investimentos são necessários para que o estádio esteja cada vez mais apto a atender tanto o esporte profissional quanto as demandas da comunidade.

Mas independente do Dutrinha, continuamos com 34 mini estádios espalhados no município que atendem diretamente todas essas outras iniciativas que não são do esporte profissional e sim do esporte amador, escolar, como o projeto “Bom de Bola, Bom de Escola” que a Prefeitura realiza por meio da Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria de Esporte. O projeto ocupa dos 34 mini estádios, pelo menos 12 ministários atendendo crianças, atendendo os alunos da rede municipal. Então, essas iniciativas continuarão sem prejuízo da concessão que foi feita.

VGN - Secretário, faltando três meses para acabar a gestão Emanuel Pinheiro, quais políticas que o senhor acredita que o próximo prefeito tem que dar continuidade?

Justino Astrevo - Eu acho que tem muitos acertos aí que podem e devem ter continuidade. Nós ampliamos o assento no Conselho Municipal para negros e indígenas e, por conta disso, nós temos alguns eventos que são importantes na cidade, como, por exemplo, lavagem da escadaria do Rosário, que já virou uma tradição. O Kwanzaa, que é esse movimento de comemoração no dia da Consciência Negra, 20 de novembro, que é um grande festival de cultura-afro, também o festival de Siriri resgatado pela Secretaria Municipal de Cultura, que é uma criação da Secretaria.

Eu acho que esse evento que nós realizamos também, que é o primeiro som do Ganzá, ele tem que continuar porque ele, diferente do Festival do Siriri, ele pode ser realizado nas periferias, podem ser feitas várias edições por ano, uma em cada região.

Estamos desenvolvendo diversas atividades ao longo do mês e finalizando uma requalificação importante. Realizamos melhorias como pintura, acessibilidade, inauguração de uma nova sala de cinema e a requalificação das salas de exposições, agora equipadas com ar-condicionado. Além disso, estamos trabalhando na requalificação da biblioteca municipal, algo que considero essencial para futuras gestões continuarem. Entre outras iniciativas, nos dias 11, 12 e 13, realizaremos o Matula, um evento de culturas integradas focado na valorização da gastronomia regional, especialmente da culinária cuiabana. Mas que também agregamos teatro, música, dança, e é feito nas praças de Cuiabá.

Atualmente, acredito que o maior legado que deixamos é o Plano Municipal de Cultura, um documento com validade de 10 anos que define as diretrizes prioritárias para a cultura. Ele serve como um guia para que os próximos secretários entendam o que deve ser priorizado. Embora seja um plano de longo prazo, ele pode ser reavaliado e ajustado a cada três anos.

Algumas metas já estão sendo cumpridas, e o documento já pode ser atualizado, embora tenha sido recém-elaborado. Ele é um instrumento estratégico essencial para que os secretários tenham uma política orientadora. O documento reflete as necessidades da sociedade e do movimento cultural, servindo como uma base sólida para futuras ações.

Leia mais - Psicóloga afirma que ambiente de trabalho impacta significativamente na saúde mental de trabalhadores

 

Acesse também: VGNJUR      VGNAGRO    Fatos de Brasília

Álbum de fotos

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760