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Entrevista da Semana Sábado, 13 de Julho de 2024, 15:30 - A | A

Sábado, 13 de Julho de 2024, 15h:30 - A | A

Entrevista da Semana

Secretária do Mapa alinha estratégias com produtores de MT para atrair investimentos internacionais

Miranda apresentou o Plano Nacional de Conversão e Recuperação de Pastagens Degradadas ao setor agropecuário de Mato Grosso

Adriana Assunção/VGN

A secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Renata Bueno Miranda, avalia que Mato Grosso poderá ser o maior exemplo no país de recuperação de pastagens degradadas. Em Cuiabá, a secretária liderou um trabalho conjunto com o setor agropecuário para identificar os principais gargalos em Mato Grosso e tornar o ambiente atrativo para investimentos internacionais.

Em entrevista ao , Miranda explicou que apresentou o Plano Nacional de Conversão e Recuperação de Pastagens Degradadas aos produtores mato-grossenses, na oficina sobre as ações de recuperação e conversão de áreas degradadas. O Estado é estratégico por ter a maior área de pastagens severamente degradadas, cerca de 7 milhões de hectares. “Discutimos e compreendemos melhor todas as nuances que existem para cada município, para cada tipo de bioma, para cada tipo de atividade e quais são as complexidades para a conversão e recuperação das pastagens degradadas dos territórios apresentados”, afirmou Bueno.

Segundo ela, as ações contribuirão para a ampliação das áreas produtivas de estabelecimentos rurais de diferentes tamanhos que estão fora de áreas restritas, proporcionando o crescimento econômico, social e ambiental do setor no Estado. "Nosso trabalho é discutir, junto com os atores públicos e privados, estratégias e soluções para tornar essas áreas produtivas e rentáveis novamente, criando mais oportunidades de negócio para o produtor rural."

A secretária de Inovação, Renata Bueno, destacou ainda que Mato Grosso pode mostrar para o mundo como traçar uma trajetória de desenvolvimento econômico na agropecuária, preservando os serviços ecossistêmicos. Segundo ela, a expectativa é que o Estado seja destaque na Conferência do Clima, que acontecerá em Belém (PA) em 2025. “Mato Grosso pode ser o maior exemplo no país de recuperação de pastagens degradadas, com alta performance de captura de carbono”, avaliou.

Confira a Entrevista

VGN - Como são feitos o trabalho e a preparação dos gestores públicos ligados ao setor agropecuário para efetivar ações voltadas à recuperação das áreas degradadas?

Renata Bueno Miranda - Para a oficina, convidamos todos os atores que participam do setor agropecuário do Mato Grosso para conhecer o Plano Nacional de Conversão e Recuperação de Pastagens Degradadas e validar os dados que já temos, ampliando as informações sobre o território e o setor produtivo do Estado de forma participativa.

O evento serviu para alinharmos as estratégias para o futuro, criando um plano, uma trajetória comum, e identificando os principais gargalos que precisam ser superados para que o Estado do Mato Grosso possa ser um ambiente atrativo para investimentos internacionais.

VGN - A oficina deve identificar as ações e áreas prioritárias consideradas improdutivas passíveis de recuperação no Estado. Já existe um mapeamento desses locais?

Renata Bueno Miranda - O Ministério da Agricultura traz um conjunto de dados de inúmeras fontes que já geram uma interpretação sobre quais são as áreas que devem ser prioritárias e suas possíveis aptidões.

Na oportunidade, discutimos e compreendemos melhor todas as nuances que existem para cada município, para cada tipo de bioma, para cada tipo de atividade e quais são as complexidades para a conversão e recuperação das pastagens degradadas dos territórios apresentados. Ao final, conseguimos obter um conjunto de dados e de informações qualificadas por município, validados pelas instituições do Estado, criando um ambiente propício para negócios e investimentos.

VGN - Mato Grosso tem uma grande quantidade de áreas degradadas. Como é feito esse acompanhamento e em que consiste o plano de recuperação?

Renata Bueno Miranda - O Mato Grosso é um dos maiores produtores agrícolas do país. É um estado extremamente pujante na agropecuária, mas, por outro lado, também tem a maior área de pastagens severamente degradadas, cerca de 7 milhões de hectares. Nós fazemos esse acompanhamento a partir de monitoramentos com instituições oficiais de governo, mas também a partir das bases de dados do próprio Estado, que têm instituições de notório saber sobre o tema.

VGN - Em que consiste o plano de recuperação?

Renata Bueno Miranda - Consiste na busca de sinergia entre as políticas públicas, de maneira a permitir a captação de financiamentos internacionais, a taxa de juros de mercado, com condições de crédito competitivas, para que o produtor rural possa transformar uma área, hoje com baixa produtividade.

O objetivo é que o produtor possa recuperar aquela pastagem, manter sua atividade pecuária ou convertê-la para outras atividades, seja agrícola, sistemas integrados ou sistemas florestais que tragam a melhor rentabilidade, gerando, com isso, impactos econômicos, sociais e, claro, ambientais.

VGN - Quais medidas são propostas para ajudar na captura de carbono na sustentabilidade da produção, tanto pecuária quanto na produção de grãos? Como Mato Grosso pode desenvolver a agricultura de baixo carbono?

Renata Bueno Miranda - Todas as tecnologias que têm sido promovidas dentro da recuperação de pastagem degradada são tecnologias cientificamente embasadas, que fazem parte do plano setorial de agricultura de baixo carbono, que é o ABC+, e são todas mitigadoras de gases de efeito estufa e que contribuem para nosso plano de mudança climática.

O Estado do Mato Grosso já é um modelo em várias dessas práticas, como, por exemplo, o sistema de plantio direto e a fixação biológica de nitrogênio, muito utilizada no plantio da soja. É fundamental que, cada vez mais, aceleremos a adoção dessas tecnologias, pois isso interfere na imagem do produto, abrindo novos mercados.

VGN - Teremos o desafio de apresentar na COP 30 soluções para conter o aquecimento global e criar alternativas sustentáveis para a vida na Terra. Como o Mato Grosso pode atuar neste evento?

Renata Bueno Miranda - O Estado do Mato Grosso é extremamente atuante em todas as conferências do clima, as COPs, sempre levando casos exemplares de sucesso, especialmente na produção de soja e pecuária.

Agora temos muito mais a mostrar e a fazer. O Mato Grosso pode ser o maior exemplo no país de recuperação de pastagens degradadas, com alta performance de captura de carbono, dentro de sistemas integrados e sistemas agroflorestais, servindo como exemplo da melhor convivência entre produção e conservação. Com vários biomas e uma riqueza biodiversa, o Mato Grosso pode mostrar ao mundo como traçar uma trajetória de desenvolvimento econômico na agropecuária, preservando os serviços ecossistêmicos que contribuem para a segurança climática e a qualidade do solo, traduzindo essa boa convivência entre produção e conservação ambiental.

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