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Entrevista da Semana Sábado, 15 de Julho de 2023, 15:07 - A | A

Sábado, 15 de Julho de 2023, 15h:07 - A | A

entrevista da semana

Especialista em marketing político, Marcelo Vitorino, analisa contextos de Cuiabá e VG para as eleições de 2024

Ele acredita que Botelho tem mais chances de se eleger prefeito em Cuiabá, enquanto a candidatura apoiada pela família Campos possui vantagem em Várzea Grande

Carlos Oliveira/VGN

Marcelo Vitorino é consultor de marketing político com mais de 20 anos de experiência. Ele trabalhou em campanhas eleitorais em todo o Brasil, de vereança à presidência. Vitorino é também professor de comunicação e marketing digital na ESPM e sócio da Presença Online e da Vitorino e Mendonça, consultorias de marketing político.

Ele foi um dos primeiros profissionais da comunicação tradicional a migrar para o meio online e para as novas plataformas. Vitorino também é especialista em gerenciamento de imagem e crises e já trabalhou com empresas, instituições governamentais e entidades de terceiro setor.

Ao longo de sua carreira, ele trabalhou em várias campanhas, incluindo Gilberto Kassab (SP), José Serra (BR), Raimundo Colombo (SC), Camilo Santana (CE), Confúcio Moura (RO), Marcelo Crivella (RJ), Geraldo Alckmin (BR), e Arthur Henrique (RR), entre outros.

Em Mato Grosso, ele trabalhou para as campanhas de Emanuel Pinheiro (MDB) em 2020, para a reeleição à prefeitura, e Mauro Mendes (União) em 2022, na busca pela reeleição ao governo.

Nesta entrevista exclusiva ao , Vitorino analisou o atual cenário político em Cuiabá e Várzea Grande com base em sua experiência nas campanhas do prefeito Emanuel Pinheiro e Emanuelzinho.

Vitorino destacou que as circunstâncias mudaram desde a última eleição devido à pandemia, que levou o eleitor a fazer escolhas conservadoras. Ele acredita que Botelho tem mais chances de se eleger prefeito em Cuiabá, enquanto a candidatura apoiada pela família Campos possui vantagem em Várzea Grande.

Em relação às estratégias de marketing político digital, Vitorino enfatizou a importância da segmentação e da produção de conteúdos relevantes para conquistar os eleitores. Ele também mencionou a necessidade de fortalecer a reputação e interagir nas redes sociais para criar relações e reputação.

Vitorino disse que Abílio lidera as pesquisas porque se tornou muito conhecido nas duas últimas disputas. No entanto, ele também disse que Abílio não parece representar a essência do cuiabano, que é menos bélica e muito mais amigável.

Quanto às pesquisas eleitorais, ele recomendou o foco em pesquisas qualitativas para obter indicativos importantes sobre o posicionamento político. Vitorino ressaltou a importância de construir uma campanha consistente e de longo prazo, aproveitando a pré-campanha para estabelecer relações com os eleitores e mostrar a essência dos pré-candidatos.

VEJA ABAIXO A ÍNTEGRA A ENTREVISTA COM MARCELO VITORINO 

Levando em conta sua experiência nas campanhas do prefeito Emanuel Pinheiro e Emanuelzinho, o senhor consegue avaliar o atual cenário político em Cuiabá e Várzea Grande?

Os elementos que haviam na última eleição municipal, tanto para Cuiabá, quanto para Várzea, mudaram muito. Estávamos em um cenário de pandemia, em que a população fez escolhas conservadoras em relação à condução das cidades. Em Cuiabá, mesmo com Abílio sendo bem cotado, tendo a acreditar que Botelho tem uma chance maior de se eleger prefeito. Em Várzea, a candidatura apoiada pela família Campos também leva vantagem.

Quais são as principais estratégias que os pré-candidatos devem adotar no período que antecede as convenções partidárias?

Em eleições municipais conta muito o conhecimento da realidade dos municípios e o reconhecimento dos candidatos. Logo, pré-candidatos devem usar a internet para expandir o seu nível de reconhecimento pelo eleitorado e fazer agendas relacionadas aos problemas locais das cidades que disputarão. O período eleitoral hoje serve mais para informar número do que para dar conhecimento da candidatura.

Na sua opinião, quais são os elementos-chave que os pré-candidatos devem considerar ao elaborar uma estratégia de marketing político digital para as campanhas locais?

Em toda campanha que envolve o marketing político digital há uma máxima: segmentação. A internet não é como a televisão, que passa o mesmo conteúdo para todos. Os usuários da internet têm hábitos de consumo segmentado. O digital é o melhor meio de comunicação para falar com grupos específicos, para mobilizar pessoas com a mesma afinidade, mas para isso é preciso produzir conteúdos que as pessoas querem. O eleitor hoje gosta muito mais de Netflix do que de televisão aberta. Essa preferência tem a ver com a possibilidade de escolher o que quer ver.

Como as redes sociais podem ser efetivamente utilizadas pelos pré-candidatos nesse período para fortalecer sua imagem e conquistar eleitores?

Redes sociais não foram criadas para discursos políticos. Redes sociais são ferramentas criadas para relacionamento entre as pessoas e entretenimento. Pré-candidatos precisam primeiro entender essa natureza. Depois, produzir conteúdos que levem os eleitores a conhecerem a forma de pensar, os valores que os movem, suas histórias de vida. Também será necessário interagir com as pessoas, deixando comentários nas redes delas, respondendo a comentários deixados nas próprias redes. Enfim, usar as redes para criar relações e reputação.

Quais são as estratégias mais eficazes para aumentar o engajamento dos eleitores durante o período de pré-campanha?

A estratégia mais utilizada, que não significa ser a mais recomendada, é por meio de promoção de polêmicas, que são impulsionadas pelos algoritmos das redes. Elas geram engajamento, mas não necessariamente juízo de valor positivo para uma candidatura. Qualquer um consegue agir como um cão bravo, mas para conduzir um processo eleitoral, é preciso mostrar muito mais. Empatia, capacidade, vontade e influência política, por exemplo. O ideal mesmo seria segmentar conteúdos e impulsionar conforme a estratégia.

Como lidar com possíveis ataques ou fake news direcionadas aos pré-candidatos durante essa fase e ao longo da campanha eleitoral?

Nenhuma fake news supera uma boa reputação constituída e uma rede de disseminação de informações bem montada. Os pré-candidatos deveriam estar se preocupando em fortalecer suas imagens e em criar bases de apoiadores, para que sejam notificados em casos de guerrilha, para pronta ação de combate.

Qual é a importância das pesquisas eleitorais nesse momento de consolidação de uma pré-candidatura? Como os pré-candidatos devem interpretar e utilizar esses resultados?

Pesquisas eleitorais quantitativas, neste momento, não refletem bem o que será o momento da eleição. É praticamente uma resposta sobre o nível de reconhecimento dos candidatos. Eu recomendo aos candidatos focar em pesquisas qualitativas, que podem trazer indicativos importantes para o posicionamento político.

Como você avalia a situação em que Abílio, que você derrotou no segundo turno das eleições em Cuiabá, lidera as pesquisas, sendo frequentemente comparado a Celso Russomano de São Paulo, que também aparece em primeiro nas pesquisas, mas não consegue vencer as eleições?

Abílio lidera porque se tornou muito conhecido nas duas últimas disputas. É um nome que a população reconhece mais do que o segundo colocado. Mas não me parece representar, de fato, a essência do cuiabano, que é me parece menos bélica e muito mais amistosa do que Abilio. Sua eleição para deputado federal tem muito mais relação com ter defendido o Bolsonarismo do que com seus próprios méritos. Na disputa pelo comando do município, o eleitor tende a preferir candidatos com menos perfil ideológico.

Considerando a realidade local de Cuiabá e Várzea Grande, quais são as melhores abordagens para se conectar com o eleitorado e conquistar sua confiança?

São cidades com realidades muito distintas. Cuiabá já tem serviços públicos que Várzea não tem. Cuiabá precisa projetar o futuro, várzea precisa olhar para o presente, resolver problemas mais estruturais.

Como conciliar ações e estratégias voltadas para o período pré-campanha com a necessidade de construir uma campanha política consistente e de longo prazo?

A pré-campanha é um período ótimo para construir relações com eleitores, mostrar mais da essência dos pré-candidatos, como eles pensam. Essas características serão mais bem trabalhadas, adicionando propostas, no período eleitoral. Considere que a pré-campanha é como aquele pedaço inicial de um filme em que você apresenta os personagens. Ao longo dela você constrói a reputação de acordo com a estratégia. Emanuel não fez uma pré-campanha. Apostou somente no período eleitoral e quase perdeu. Poderia ter tratado questões como a história do paletó um ano antes, encerrando o assunto antes que fosse usado contra ele. O banco de apoiadores que construímos durante o período eleitoral poderia ter sido muito maior se tivesse começado antes.

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