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VGNJUR Quinta-feira, 29 de Fevereiro de 2024, 11:21 - A | A

Quinta-feira, 29 de Fevereiro de 2024, 11h:21 - A | A

OPERAÇÃO ESPELHO

Secretaria de Saúde de MT confirma uso de verba federal para pagar empresa investigada por “cartel”

Saúde afirmou que contrato alvo da investigação foi pago com recursos do Governo Federal

Lucione Nazath/VGNJur

O Secretário de Estado de Saúde (SES-MT), Gilberto Figueiredo, protocolou, nesta quinta-feira (28.02), um documento junto ao Juízo da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, confirmando o uso de verbas federais nos pagamentos referentes à gestão dos plantões de infectologia e cirurgia no Hospital Metropolitano de Várzea Grande.

No último dia 19, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, concedeu um prazo de cinco dias para que Gilberto Figueiredo e o Controlador-Geral do Estado (CGE-MT), Paulo Farias Nazareth Netto, esclarecessem a origem das verbas empregadas nos pagamentos. Esse pedido decorre da manifestação de Luiz Gustavo Castilho Ivoglo, empresário e proprietário da LB Serviços Médicos Ltda, focalizado na Operação Espelho, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). 

No documento remetido ao Juízo, Figueiredo assegurou que o contrato investigado foi custeado tanto por recursos federais quanto do Estado. “Quanto a fonte de recursos utilizada para a realização da despesa, a mesma dotação orçamentária prevista no Termo de Referência é a que é utilizada para efetivação da despesa, até que seja comunicada qualquer alteração por parte da área competente”, diz trecho do documento.

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O pedido de explicações é oriundo da manifestação do empresário Luiz Gustavo Castilho Ivoglo, proprietário da LB Serviços Médicos Ltda, alvo da Operação Espelho deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).  

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Além disso, ressaltou que, no que tange à fiscalização da aplicação das verbas, “a responsabilidade recai sobre o Tribunal de Contas do Estado (TCE), cabendo ao Tribunal de Contas da União (TCU) a supervisão da utilização de fundos provenientes da União”.

Entenda o caso - A Polícia Civil deflagrou em 24 de junho de 2021, a operação “Espelho”, para investigar irregularidades na execução de contratos de serviços de médicos plantonistas no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. A apuração teve início após a Deccor receber uma denúncia de que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o HMVG, nas especialidades de clínica, estaria disponibilizando número de médicos inferior ao contratado.

Em diligência de investigadores da Deccor e auditores da CGE in loco no hospital, foi requisitada a documentação contendo os registros dos espelhos das folhas de pontos dos plantões dos médicos fornecidos pela referida empresa.

Com base nessa documentação, a CGE elaborou um relatório de auditoria que apontou diversas irregularidades na execução dos contratos, como pagamentos de plantões médicos de Infectologia não comprovados nos meses de maio e junho de 2020; liquidação de plantões médicos de infectologia não comprovados no mês de agosto de 2020; pagamentos de plantões médicos de infectologia antes do cadastro do profissional no sistema MVP; alteração de documentos públicos; pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral não comprovados no mês de junho de 2020; pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral antes do cadastro do profissional no sistema MVP e pagamentos de plantões médicos de cirurgia geral para profissionais não habilitados na especialidade médica.

A CGE estimou, em relação aos dois contratos investigados, um prejuízo decorrente das irregularidades encontradas no valor de R$229.752,50. As investigações da Deccor também apontaram que a empresa investigada recebeu do Governo do Estado, apenas no período de pandemia (2020 e 2021), R$ 17.512.843,54, e foram empenhados R$ 23.201.670,61 relativos a serviços prestados em diversos hospitais sob a administração do Estado. Por este motivo foi determinada que todas as contratações que motivaram estes pagamentos fossem auditadas pela CGE, dentro do prazo máximo de 120 dias. 

Outro lado - A reportagem do entrou em contato com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), porém, até o fechamento da matéria não houve manifestação. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

 

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