A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PGR) determinou a instauração de procedimento administrativo para apurar casos de violência policial visando acabar com acampamentos em Mato Grosso. A determinação foi expedida na última segunda-feira (15.07), pelo chefe do órgão, o subprocurador-geral da República, Nicolao Dino.
De acordo com o despacho, os fatos foram trazidos pela Ouvidoria Agrária Nacional, sendo um deles ocorrido no dia 24 de maio deste ano no município de Novo Mundo. Na ocasião, foram desejadas 74 famílias que haviam ocupado uma propriedade rural.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, acampadas há 20 anos no entorno da fazenda à espera de regularização fundiária, as famílias do acampamento União Recanto Cinco Estrelas denunciaram que a expulsão foi realizada sem ordem judicial e de forma truculenta pelos policiais. Os acampados relatam agressões, apreensão de celulares e revista policial feita por homens em mulheres.
No dia do fato, dez trabalhadores foram presos, assim como a defensora pública Gabriela Beck e o padre Luís Cláudio da Silva.
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Ainda conforme o subprocurador-geral, outro fato que será apurado ocorreu em 10 de outubro de 2023 no Acampamento Renascer, Gleba Mestre I, município de Jaciara, que deixou cerca de dez trabalhadores feridos. Na época, os agricultores familiares estavam realizando a colheita no acampamento, quando foram surpreendidos com ação supostamente truculenta da Patrulha Rural da Polícia Militar.
Segundo o relato, sem ordem judicial, os militares teriam derrubado e destruído cercas de um morador que ocupava a área há mais de 10 anos. Questionados pela ação, os policiais responderam disparando tiros de balas de borracha pelas costas dos trabalhadores, além de agressões com chutes e socos.
Além disso, há relato de que um dos trabalhadores ficou gravemente ferido e teve que passar por cirurgia. Segundo os trabalhadores, os policiais estavam acompanhados de grileiros ligados a uma usina.
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