O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Júnior, negou nesta quinta-feira (27) ter qualquer relação mais próxima ou de parcialidade com o governador do Estado, Mauro Mendes (União), que justificaria uma suposta ausência de investigações contra crimes que ocorrem na esfera estadual.
Em entrevista ao programa Roda de Entrevista, da TV Mais News, Deoesdete afirmou que não tem atribuição para investigar o governador e que a "polarização política" entre Mauro e Emanuel faz com que pensem que a administração estadual não é investigada.
"Nenhuma operação do Ministério Público de Mato Grosso criminalmente vai alcançar a figura do governador do Estado, eu não tenho atribuição para isso", afirmou o procurador-geral. "Quando o governador pratica um crime quem investiga ele é a Procuradoria-Geral da República em Brasília porque ele é processado perante o STJ, então nenhuma investigação criminal contra o governador do Estado seria, em hipótese alguma, aberta pelo Ministério Público, em caso de ocorrência de crime", completou.
Cruz Júnior argumentou que a disputa entre Mendes e Pinheiro faz com que os aliados deste último o acusem de ser parcial. Ele alegou que o Ministério Público investiga a administração do Estado constantemente e citou a denúncia recente contra 17 policiais militares na Operação Simulacro, além da Operação Ragnatela, que investigou policiais penais em associação com facções criminosas.
"Na semana passada fizemos uma operação que cortou na carne no sistema prisional", comentou. "A questão é que existe uma polarização política muito intensa dessas duas personalidades e existe uma falta de compreensão sobretudo do cidadão, mais de alguns setores da mídia, sobre o real alcance e as atribuições do procurador-geral e dos promotores", completou.
Ainda sobre o assunto, o procurador-geral citou problemas na Saúde do município e afirmou que a administração da Prefeitura de Cuiabá foi envolvida em escândalos na Saúde.
"Não há diversidade de tratamento, o que acontece é que o município infelizmente foi envolvido em vários escândalos", comentou. "Essa questão de tentar pegar em nós essa pecha de que somos parciais advém do conflito que existe entre eles e da diferença das nossas atribuições em relação a cada um deles".
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