Ministério Público Federal (MPF) apontou que os conselheiros afastados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo e Waldir Teis, teriam comprado motel, buffet, empresas e outros imóveis, para esconderem a suposta propina de R$ 53 milhões que teriam recebido do ex-governador Silval Barbosa. As informações constam da petição da subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que requereu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma nova fase da Operação Ararath, que foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (17.06).
Ao todo, foram 19 alvos, sendo oito empresas, oito pessoas físicas, duas fazendas e ainda o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Além das buscas, o relator acatou pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para quebrar sigilos e para compartilhamento de informações entre os investigadores e a Receita Federal relacionadas a 33 empresas e 30 pessoas físicas que teriam participação no esquema.
As investigações tiveram como ponto de partida, entre outras provas, informações fornecidas em acordos de colaboração premiada firmadas entre investigados e o Ministério Público Federal. Um dos colaboradores declarou que o então governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, pagou R$ 53 milhões aos conselheiros que, em contrapartida, deveriam aprovar as contas da gestão e não apresentar obstáculos ao andamento de projetos e obras do executivo estadual, sobretudo, voltados para os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.
Na petição enviada ao STJ, em que solicita as medidas cautelares, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araujo, descreve a atuação dos próprios conselheiros e de pessoas ligadas a eles em um esquema complexo que inclui dezenas de operações comerciais financeiras. É o caso de compra de imóveis e empresas como um motel, que teria como sócio um dos conselheiros investigados, e um buffet, de propriedade de outro integrante do TCE/MT.
As investigações preliminares apontam ainda utilização – por parte dos conselheiros – de empresas e de pessoas físicas para esconder o recebimento das vantagens indevidas. Estão sendo apuradas as práticas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Como o inquérito tramita sob sigilo, não foram divulgados, neste momento, os nomes det todas as pessoas e empresas atingidas pelas medidas cautelares. Em relação às buscas na sede do Tribunal de Contas do Estado, a ordem judicial foi destinada especialmente às Secretarias de Tecnologia da Informação e de Administração.Os policiais federais fizeram uma devassa nos contratos de tecnologia.(Com informação do MPF).
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