O Ministério Público do Estado de Mato Grosso solicitou à Justiça um novo pedido para revogar a prisão domiciliar concedida a Carlos Alberto Gomes Bezerra. O promotor de justiça Jaime Romaquelli fundamentou o pedido em uma série de argumentos, contestando a condição de saúde do réu e alegando irregularidades no cumprimento das medidas cautelares.
Carlos Alberto Gomes Bezerra é acusado do assassinato de sua ex-companheira, Thays Machado, e do atual namorado dela, Willian Cesar Moreno, ocorrido em janeiro de 2023, em Cuiabá.
No novo pedido, o promotor afirma ter recebido informações de que, durante sua permanência no presídio da Mata Grande, Carlos Alberto desfrutava de privacidade e comodidade em uma ala com no máximo 20 detentos, onde tinha acesso a uma geladeira para conservar medicamentos, além de toda a estrutura para garantir dignidade aos presos.
Romaquelli também aponta irregularidades no cumprimento das medidas cautelares durante a prisão domiciliar, mencionando deslocamentos não autorizados pelo juízo, inclusive em estabelecimentos comerciais da cidade, acompanhado por seguranças armados, o que ele considera uma afronta à justiça e à sociedade, representando também uma ameaça aos familiares e testemunhas do processo.
O Ministério Público solicita a comprovação dessas informações e requisita à unidade responsável pelo monitoramento eletrônico um relatório detalhado sobre todos os deslocamentos de Carlos Alberto Gomes Bezerra durante o período de 21 de novembro de 2023 até a revogação da decisão, bem como sobre eventuais interrupções no funcionamento da tornozeleira.
Apesar da defesa de Carlos Alberto ter obtido uma decisão judicial permitindo o tratamento de saúde na residência do réu, sob certas condições restritivas, o Ministério Público contesta a gravidade de sua condição de saúde, argumentando que os documentos médicos apresentados não comprovam a alegada "extrema debilidade decorrente de doença grave".
Diante desses argumentos, o Ministério Público requer a revogação da prisão domiciliar e o restabelecimento da decisão que determinou a prisão preventiva do réu, considerando-a necessária para garantir a ordem pública e assegurar o desenvolvimento adequado das provas no processo.
Entenda o caso: Carlos Alberto Gomes Bezerra é acusado dos assassinatos de Thays Machado e Willian Cesar Moreno em janeiro de 2023, em Cuiabá. Após ser indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público, ele se tornou réu no processo, que ainda aguarda julgamento. A decisão de conceder a prisão domiciliar a Carlos Alberto foi tomada pelo Tribunal de Justiça, com base na ausência de acusações que apontassem sua periculosidade imediata. O réu deverá permanecer em casa 24 horas por dia, salvo autorização judicial, e apresentar relatórios médicos periódicos para reavaliação da medida.
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