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VGNJUR Quarta-feira, 26 de Junho de 2024, 13:31 - A | A

Quarta-feira, 26 de Junho de 2024, 13h:31 - A | A

ASSÉDIO JUDICIAL

Justiça arquiva inquérito aberto contra jornalistas que denunciaram filho do governador

Dois meses após publicação das reportagens, filho do governador foi alvo da PF

Lázaro Thor/VGN

O juiz João Francisco Campos de Almeida determinou o arquivamento nesta terça-feira (25.06) do inquérito contra os jornalistas Pablo Rodrigo, do jornal A Gazeta, e Alexandre Aprá, do site IstoÉ Notícias, e Edna Araújo, diretora do #VGN.

Os jornalistas denunciaram a existência de investigação contra o filho do governador Mauro Mendes (União), Luis Antonio Taveira Mendes, por venda de mercúrio ilegal. O inquérito foi aberto pela Polícia Civil a pedido do próprio filho do governador. 

Após a publicação das reportagens, o filho do governador foi alvo da Operação Hermes 2, inclusive com pedido de prisão contra ele, que foi indeferido pelo juiz do caso. 

O arquivamento determinado pelo magistrado atende a um pedido do Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE-MT). Em seu parecer, a promotora Janine Barros Lopes argumentou que, caso não tivesse registrado a queixa-crime em até seis meses após os fatos, o inquérito deveria ser arquivado após a extinção da punibilidade dos envolvidos.

As reportagens publicadas em julho do ano passado revelavam que Luis Antonio passou a ser investigado após desdobramentos da Operação Hermes 1. Dois meses depois, a DRCI instaurou inquéritos contra os jornalistas que publicaram a informação.

Em novembro de 2023, uma das empresas do filho do governador foi alvo da PF em cumprimento de mandado de busca e apreensão e ele teve o passaporte confiscado pela Justiça Federal de São Paulo por suposta participação no esquema de contrabando de mercúrio para atender suas mineradoras no Estado.

“Ex positis, julgo por sentença, extinta a punibilidade de PABLO RODRIGO e ALEXANDRE APRÁ, já qualificado nos autos, em virtude da ocorrência da prescrição, fazendo-o com fundamento no artigo 107, inciso IV do Código Penal Brasileiro, e em consonância com o art. 61, do Código de Processo Penal”, decidiu o juiz João Francisco.

No dia 16 de novembro de 2023, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) pediram à Procuradoria Geral da República por uma intervenção federal no estado e pelo afastamento do governador. As entidades apontam recorrentes ataques à liberdade de imprensa por Mauro Mendes, além de tentativas de intimimdação contra jornalistas que publicam notícias sobre problemas no governo. 

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou contra as ações de Mauro Mendes contra jornalistas, classificando ações judiciais e outras medidas como ataques à liberdade de imprensa. 

Leia mais: TCU mantém sigilo e nega acesso aos documentos do processo de venda do VLT

 
 
 
 
 

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