A Justiça de Mato Grosso manteve o andamento da ação penal contra a empresária Taiza Tossat Eleotério da Silva e o médico Diego Rodrigues Flores, acusados de envolvimento em um esquema de pirâmide financeira que teria causado prejuízo milionário a investidores. A decisão, proferida pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, também confirmou a data da audiência de instrução e julgamento para os dias 8 e 9 de maio, às 14h, de forma virtual.
Além de Taiza e Diego, também responde na mesma ação o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola. Os três são acusados dos crimes de estelionato (34 vezes), lavagem de dinheiro (34 vezes), crime contra a economia popular e associação criminosa. O magistrado rejeitou todos os pedidos das defesas para trancamento da ação, absolvição sumária e nulidades processuais.
Na decisão, o juiz destacou que a denúncia do Ministério Público está fundamentada em elementos que indicam autoria e materialidade dos crimes, permitindo a continuidade do processo. “A inicial acusatória narra as condutas criminosas imputadas aos acusados com todas as circunstâncias relevantes, de maneira suficiente ao exercício do direito de defesa”, afirmou.
A defesa de Diego Flores alegou ausência de provas, nulidade da decisão de recebimento da denúncia e ilegalidade nas medidas cautelares, como quebra de sigilo bancário. O juiz, no entanto, entendeu que os elementos reunidos na fase de investigação são suficientes para manter a ação penal em curso, e que a análise mais aprofundada deve ocorrer apenas na fase de instrução, com a produção das provas.
No caso de Taiza, que chegou a ser presa no decorrer da investigação, a Justiça determinou que ela compareça mensalmente ao fórum de Sinop, cidade onde reside atualmente, como parte das medidas cautelares.
O suposto esquema
As investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) apontam que Taiza Tossat seria a principal articuladora de um esquema fraudulento envolvendo a empresa DT Investimentos, que funcionava em um escritório no Edifício Helbor Business, no Bairro Alvorada, em Cuiabá.
Conforme os autos, ela e seus sócios, entre eles Diego Flores e Ricardo Mancinelli, atraíam investidores com a promessa de lucros altos e rápidos, operando de maneira semelhante a esquemas de pirâmide financeira. Pelo menos R$ 2,5 milhões em prejuízos já foram oficialmente identificados, mas relatos extraoficiais apontam que as perdas superam R$ 15 milhões.
Durante a “Operação Cleópatra”, deflagrada em 2023, a polícia cumpriu mandados de busca, apreensão e bloqueio de bens dos investigados. Taiza foi presa por ordem judicial, enquanto Ricardo foi detido em flagrante com materiais ilícitos.
A defesa dos acusados nega as irregularidades.
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