O juiz Walter Tomaz da Costa derrubou o sigilo na ação movida pelo PDT contra a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro em Sinop em abril. Na decisão, o juiz fez ressalvas quanto ao sigilo solicitado pelo partido, que é ligado ao atual prefeito, Roberto Dorner (PL).
Segundo Costa, a sigla não poderia se colocar como ingênua em razão dos efeitos provocados pela ação judicial contra a visita do ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro subiu no palanque ao lado da candidata adversária de Dorner, Mirtes da Transterra (Novo). Na ocasião, Dorner foi deixado de lado e não recebeu apoio do ex-presidente.
"Apenas esclarecer que de fato o representante do PDT não está coligado com ninguém. Mas não pode vir posar de ingênuo a dizer que, ciente ou inadvertidamente, o que é complicado aceitar bovinamente, não saiba que suas ações, no caso em tela, em especial, afetam os representados (se com êxito ou não, só a sentença dirá) e que isso produz reflexos ou pode favorecer outros candidatos majoritários ou proporcionais", afirmou o juiz.
O PDT não está coligado com o grupo político de Roberto Dorner, como afirmou o juiz. Apesar disso, Dorner apareceu publicamente na convenção do partido e candidatos a vereadores declararam apoio ao atual prefeito. Segundo o juiz, a alegação da ação movida pela sigla obviamente inclina a sigla para um lado, o que "aumenta a distância de isento e independente".
"Cinismo que valha a pena, aquele extraído da filosofia de Diógenes de Sínope (412 a 323 a.C.), está aquém de existir nesses tempos modernos de fartura sinopense local, em que por detrás de ações nem sempre estão apenas os vislumbrados fisicamente, pois as próprias reações também informam o espraiar de tudo", diz o trecho da decisão.
Na ação, o PDT alega campanha eleitoral antecipada com a visita de Bolsonaro. O partido afirma que a visita do ex-presidente durante a Norte Show teria desregulado a disputa eleitoral para o lado da candidata escolhida por Bolsonaro, Mirtes da Transterra.
Dorner, por outro lado, enfrenta rejeição de grupos bolsonaristas. Sua ida ao Partido Liberal provocou debandada de antigos filiados, que migraram para o Partido Novo, sigla na qual Mirtes se filiou.
Leia mais: Deputado faz acordo com MPE e concorda em devolver R$ 1,2 milhão para encerrar oito ações
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
