Por duas vezes, em 2019 e 2020, a irmã do jovem que matou o colega por discussão política, tentou interná-lo, por ele ser portador de transtornos mentais, como esquizofrenia e apresentar quadro de surto psicótico grave – como psicose não-orgânica não especificada, com delírio preventivo e ideias homicidas, mas teve o pedido negado pela Justiça de Mato Grosso.
R.D.D.O., 24 anos, foi indiciado na sexta (16.09), pelo assassinado de Benedito Cardoso dos Santos, 42 anos, com 17 facadas e golpes de machado no pescoço. O crime ocorreu no dia da Independência do Brasil, 7 de Setembro, após suspeito e vítima iniciarem uma conversa sobre política e discordarem. A vítima defendia o ex-presidente Lula (PT) e R.D.D.O. defendia o presidente Bolsonaro (PL).
A irmã do jovem assassino alertou à Justiça em 2019, que R.D.D.I., nos últimos tempos tem se comportado de forma agressiva, apresentando agitação psicomotora. “O quadro coloca o risco de vida o próprio e terceiros, necessitando internação hospitalar urgente, conforme laudo médico redigido pelo médico Werley S. Peres” cita trecho do pedido, ao contar que ele já tinha sido atendido pelo CAPS II, entretanto não surtiu efeitos desejados, tanto que, o próprio médico prescreveu a sua internação no Hospital Adauto Botelho.
No pedido de internação, a irmã do suspeito afirma que ele corre risco de vida, coloca os familiares em riscos e a população em geral, devendo ser internado com Urgência. E relata que apesar de o médico ter encaminhado solicitação de internação no Hospital Publico, não houve nenhum atendimento do Estado ou Município para cumprir a obrigação, restando R.D.D.O. à mercê de seus surtos psicóticos.
Contudo, o pedido foi negado pelo juízo de primeiro grau.
Sabendo dos riscos que R.D.D.O apresentava para sociedade, a irmã dele ingressou com novo pedido de internação em 2020. Em 2020, a irmã do suspeito, ao solicitar a internação compulsória dele, contou que ele sofre de problemas psíquicos, em decorrência esquizofrenia, vivia perambulando pelas ruas da cidade e que o mesmo utiliza de psicoativos, fato que o afetou sobremaneira, levando-o a atitudes agressivas e descontroladas. “Nos últimos tempos tem se comportado de forma agressiva, apresentando agitação psicomotora. O quadro coloca o risco de vida o próprio e terceiros, necessitando internação hospitalar urgente”.
Mas, novamente, obteve um não da justiça mato-grossense, desta vez nas duas instâncias - primeira e segunda. A sentença transitou em julgado para as partes em 11 de maio de 2022, quatro meses antes do assassinato.
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