Nos últimos 30 dias, a força-tarefa ambiental do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) conduziu perícias em planos de manejo e diligências em empreendimentos madeireiros em sete áreas rurais de Mato Grosso. Esta iniciativa é uma continuidade da Operação Desbaste, que visa reprimir uma organização criminosa sob investigação por delitos na área ambiental, iniciada em setembro deste ano. As diligências abrangeram diversos municípios, incluindo Cláudia, Feliz Natal, Marcelândia e Sinop.
O foco principal é identificar possíveis evidências de fraudes em licenciamentos ambientais. Conforme a delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, as diligências in loco revelaram diversas irregularidades, resultando imediatamente em novas apreensões, especialmente de produtos florestais (madeira). A delegada destaca a principal constatação de divergências entre a essência florestal e a volumetria encontradas em relação à documentação apresentada.
A delegada ressalta que a robustez probatória é resultado do trabalho conjunto de equipes multidisciplinares e interinstitucionais, contando com profissionais altamente qualificados. Ela enfatiza a colaboração de peritos do Centro de Apoio Técnico à Execução (CAEx) Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso, do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e do Batalhão Ambiental, entre outros.
O promotor de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano, coordenador do CAEx Ambiental, elogiou a rápida adoção de medidas administrativas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) para evitar a repetição dos delitos. Ele destaca as alterações em procedimentos e normativas do órgão ambiental, além da realização do workshop "Sistemas Sema", apresentando as ferramentas disponíveis para uso dos órgãos parceiros.
A Operação Desbaste, iniciada em 2021, visa combater uma organização criminosa especializada em fraudar a gestão ambiental do estado, sobretudo licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental. Os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, lavagem de capitais, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informação e crimes contra a administração ambiental, cujas penas máximas somadas podem ultrapassar 20 anos.
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