O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, classificou como “exagero” a decisão do ministro Alexandre de Moraes que ordenou afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), bem como a prisão do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. A fala foi em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (11.01).
Segundo ele, é necessário “temperança e calma” na adoção de medidas constritivas, principalmente em relação a expedição de prisões e afastamento do cargo público de pessoas reeleitas pelo voto popular – caso de Ibaneis Rocha.
“Uma premissa é de que foi instaurado o processo, os acusados apresentaram sua defesa. Não dá para tocar de cambulhada, muito menos com atos de constrição de envergadura maior, como por exemplo a prisão como do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e também do ex-comandante da PM. Nós devemos passar a sociedade tranquilidade em atos praticados. Cabe aos agentes dos três Poderes reexaminar atos praticados e perceber onde se errou e buscar a correção de rumo. Eu não imagino tocar a vida nacional de cambulhada”, disse o ex-ministro.
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Marco Aurélio declarou que Moraes errou também ao determinar a prisão de cerca de 1,2 mil bolsonaristas que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
“Temos que ir com calma, com compaixão, buscando a elucidação dos fatos. [...] A generalização é perigosa. Deveria ter prendido aqueles que depredaram o patrimônio público e não aqueles que estavam em frente ao quartel ou que estavam em ônibus”, destacou o ex-magistrado.
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Ainda segundo ele, Moraes “não tem contribuído para paz social”, e que errou “redondamente” ao dizer em 2017 que Alexandre estava preparado para o cargo de ministro no Supremo. “Ele [Moraes] realmente não tem contribuído para a paz social. Eu não vou tecer considerações maiores quanto aos atos que ele vem praticando e olhe que o conheço a muitos anos”.
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