O advogado amazonense, José Alberto Simonetti, 43 anos, será o novo presidente do Conselho Federal da OAB (OAB Nacional), no próximo ano. Ele conta com apoio de 23 das 27 subseções estaduais da Ordem.
Simonetti exerce atualmente o cargo de secretário-geral e presidente da Primeira Câmara do Conselho Federal da OAB e de coordenador nacional do Exame de Ordem.
Em entrevista exclusiva ao , José Alberto Simonetti, fez uma avaliação das eleições das seccionais e como pretende conduzir os destinos da OAB Nacional em sua gestão que inicia em fevereiro de 2022.
Leia também: Kalil entrega ETA Cristo Rei que atenderá 100 mil pessoas em 72 bairros
VGN - Como o senhor avalia as eleições das Seccionais, teremos uma OAB progressista ou conservadora?
Simonetti - Nós teremos uma mudança muito grande nos assentos do Conselho Federal, mais de 70% em relação ao quadro que nós temos hoje. Portanto, temos que esperar os colegas chegarem, se apresentarem, para que possamos saber qual será exatamente o sentimento de cada um do Conselho Federal, será democrático, isso eu garanto. Outra garantia que nós iremos imprimir nesta gestão, é que a Ordem continue cumprindo seu papel constitucional, sem partidarismo, sem politização da advocacia e que possamos fazer uma gestão voltada integralmente para advocacia brasileira, cuidando de honorários, prerrogativas, possibilidade e oportunidade de trabalho aos jovens advogados, garantindo a todo Brasil acesso à Justiça através de estruturas próprias, criadas para que os jovens possam continuar insistindo com advocacia. Através deste projeto, que será implementado ao longo do primeiro ano de nossa eventual e possível gestão que iniciará no dia 1º de fevereiro, que por meio de investimentos, providos de tecnologia necessária para que os advogados possam dignamente exercer sua advocacia.
VGN – Em 2022 teremos eleições gerais no Brasil. Qual vai ser o comportamento da OAB frente aos ânimos acirrados e alguns analistas avaliando a possibilidade de uma campanha com agressões e até violência?
Simonetti – O papel da OAB vai ser exatamente a proteção do Estado Democrático de Direito, a proteção da Constituição da República e atender aos chamados da sociedade. A OAB não tem a menor pretensão de opinar ou de alguma forma se imiscuir do processo eleitoral. A OAB estará à disposição do Poder Judiciário, do TSE e dos demais Tribunais Superiores, caso chamado para o processo, se não chamado, nós estaremos vigilantes, para que tenhamos um pleito limpo, justo e honesto, portanto sem se confundir com ideologias políticas.
VGN - O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz tem sido acusado por alguns seguimentos da categoria de utilizar o cargo máximo da OAB para fazer política. Inclusive se filiou a um partido político e se lançou pré-candidato a governador do Rio de Janeiro. Como o senhor avalia a atuação dele (Felipe) e qual será seu comportamento como presidente? Será diferente?
Simonetti – Veja, a informação que me chega é que o presidente não se filiou a nenhum partido político. Eu não vou opinar sobre a condução do presidente, tenho uma excelente relação institucional com ele. No que toca nossa eventual Presidência, posso garantir à advocacia brasileira que faremos uma gestão voltada para à advocacia, apartidária sem comprar ideologias políticas ou muito menos montá-la.
VGN - O Ministro André Mendonça é a segunda indicação do presidente Jair Bolsonaro no STF, como o senhor acredita que vai ser atuação do novo ministro e do Supremo?
Simonetti – Historicamente a ordem tem uma relação voltada aos poderes, sobretudo, com Poder Judiciário e notadamente com Supremo Tribunal Federal. A Ordem espera dias mais alvissareiros com a chegada do ministro André Mendonça, é alguém que preencheu todos os requisitos constitucionais para ter assento, passou por todos os crivos do Congresso Nacional. Constitucionalmente, a escolha efetivamente é do presidente da República, mas não acredito que o Supremo Tribunal Federal sofrerá algum tipo de influência, até porque ele tem que cumprir seu papel histórico também. Quanto nossa relação, não tenho dúvida que será a melhor possível, sempre salvaguardando a Constituição Brasileira.
VGN - OAB tem exercido seu papel histórico de defesas da Constituição Federal e do Estado Democrático de Direito?
Simonetti – Sem dúvida. A Ordem, além de uma história, tem um compromisso com a sociedade brasileira. Não é só o fato de defender as prerrogativas e a valorização da advocacia.
VGN - Qual será o papel do advogado Leonardo Campos, presidente da OAB de Mato Grosso, em sua campanha para a OAB Nacional?
Simonetti - Leonardo Campos é um homem de Ordem já experimentado pela advocacia com uma democracia já deu grande configuração ao longo da história - não só a advocacia de Mato Grosso. O Léo já transpôs as fronteiras de Estado e já atua nacionalmente como um grande parceiro de Ordem de todas as outras Seccionais, o Leonardo tem muito a contribuir, e, certamente a advocacia pode esperar muito dele. Eu tenho absoluta certeza que ele irá atender todas as expectativas que a advocacia tem em relação a ele.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).