O ex-chefe da Casa Militar, coronel aposentado Eduardo Henrique Souza, é acusado de perseguir, juntamente com um colega da caserna, uma mulher em Juara (a 695 km de Cuiabá), a mando de um empresário. O inquérito militar, que possui trechos em sigilo, aponta ainda que o militar é proprietário de uma empresa de segurança privada.
O documento, ao qual o teve acesso, cita que Eduardo Henrique e um cabo da Polícia Militar de Juara, Clebson Luiz Lorenssetti, estão supostamente envolvidos como intermediários do empresário, identificado como J.V.C.C.S., para aterrorizar uma ex-namorada.
Consta dos autos que o empresário teria iniciado um relacionamento com a vítima, mas posteriormente ela descobriu que ele era noivo e, revoltada, ameaçou expô-lo para sua família. O documento não cita chantagem, apenas a intenção da mulher de constranger o empresário.
O inquérito narra que, para ‘calar’ a mulher, o empresário teria contado com os serviços do coronel Eduardo Henrique, que por sua vez, convocou o cabo Clebson Luiz para ir até a casa da vítima para ameaçá-la.
Com medo, a mulher procurou ajuda do secretário de Segurança Pública, coronel César Augusto de Camargo Roveri. Na oportunidade, o militar aconselhou a vítima a denunciar o caso e registrar um boletim de ocorrência. Posteriormente, foi instaurado inquérito militar contra Eduardo Henrique e Clebson Luiz.
Em maio deste ano, a vítima foi à sede do Ministério Público Estadual (MPE) após saber da investigação aberta contra os militares, para pedir medidas protetivas por entender que existe “risco à sua integridade física e psíquica”.
Na ocasião, ela denunciou que o coronel Eduardo, apesar de residir em Cuiabá, “possui empresa de segurança privada, a qual fornece aulas e cursos de tiro, bem como possui material bélico, tendo, inclusive, várias empresas e vários funcionários espalhados pelo estado”. Ainda segundo a vítima, o cabo Clebson reside em Juara, mesma cidade em que ela mora.
No final de maio, o MPE pediu na Justiça medidas protetivas como, proibição dos investigados e seus intermediários de se aproximarem da vítima e de seus familiares; e proibição de manterem contato com a mulher e seus familiares por qualquer meio de comunicação.
No último dia 1º de julho, o juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, concedeu as medidas protetivas pelo prazo de seis meses: proibição de Eduardo Henrique e Clebson Luiz de se aproximarem da vítima no limite de 1.000 metros de distância; e proibição de estabelecerem contato com a ofendida e seus familiares por qualquer meio de comunicação.
Outro lado
Ao , o coronel aposentado Eduardo Henrique disse que desconhece qualquer investigação sobre suposta ameaça ou perseguição e que também não tem conhecimento sobre a decisão judicial que estabeleceu as medidas protetivas. "Nunca fui notificado de nada. Desconheço inquérito e decisão", disse o militar. Além disso, confirmou ter uma empresa de segurança privada, mas que há anos não vai a Juara.
O entrou em contato com o cabo Clebson Luiz e o secretário César Augusto Roveri, mas até o fechamento da matéria, eles não atenderam nem retornaram as ligações. O espaço segue aberto para manifestação.
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