Com recurso protocolado pelo Ministério Público do Estado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na semana passada, contra a soltura da menor que matou Isabele Ramos, a mãe da vítima, empresária Patrícia Guimarães Ramos, manifestou na manhã desta terça (12.07) e fez um apelo para que os desembargadores revejam seus votos e mandem a atiradora de volta para a internação no Complexo Pomeri. Hoje completa dois anos da morte de Isabele.
A menor que atirou em Isabele foi solta em 08 de junho deste ano, após decisão favorável da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. A maioria dos desembargadores decidiu pela desclassificação da conduta dolosa para culposa.
Patrícia disse à imprensa que tem muitos questionamentos, e um deles é saber se a infratora terá uma vida normal, como se anda tivesse acontecido. “É um dia em que carrego com muita tristeza no coração, e saber que ela está solta, eu sei que são muitas perguntas, mas eu também tenho muitas perguntas, já que é um caso que requer segredo de justiça, então, as minhas perguntas também eu gostaria de aproveitar este momento para questionar, para ver se vai passar uma borracha em cima disso, se isso vai ficar como se nunca tivesse acontecido este crime, se ela vai voltar à vida normal, estudando, viajando, porque não foi um assassinato, foi um crime, um crime deve ser tratado com rigor que ele merece”.
Ela também lembrou que sua manifestação é para sensibilizar a sociedade, a imprensa e principalmente o Tribunal de Justiça para analisar essa situação com todo critério. “Afinal de contas existe um processo todo, que envolve esse crime, testemunhas que comprovaram naquele dia que não foi um acidente. Está tudo muito claro, só não está claro porque ela está solta, porque ela é diferente das demais? E aqui fica meu apelo e meu questionamento: a vida continua normal? Porque a minha filha não vai voltar nunca mais, mas ela certamente vai poder desfrutar da vida como se nada tivesse acontecido, sem consequência dos atos que não só ela cometeu, mas que a família também cometeu naquele dia, porque as armas estavam ali todas expostas, a casa cheia de menores” desabafou.
Para Patrícia, o silêncio da menor é doloroso. “Eu nunca tive um pedido de desculpa, eles nunca trataram esse crime como se fosse um crime, sempre trataram como se não passou de um acidente, ela nunca colaborou com a Justiça, ela nunca colaborou, sempre foi omissa, fica muito claro não só para mim, mas para todos que acompanharam o caso desde o início, se trata de um crime e ela recebeu uma sentença, nada mais justo do que ela voltar e cumprir a sentença que recebeu”.
Ao final, a mãe diz esperar que a justiça se sensibilize e possa reverter o voto. “Isso não posso fazer sozinha, preciso de vocês e preciso também do Ministério Público, já que na semana passada foi protocolada um embargos, estou na expectativa para essa desqualificação do crime doloso para culposo seja revista. O recurso foi protocolado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e estou na expectativa aguardando essa decisão” pontuou.
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