O advogado Vanderlei Chilante, denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção em um suposto esquema de venda de sentenças, passara por audiência de instrução na próxima quinta (7.11).
Conforme consta dos autos que o teve acesso, a audiência com o advogado será de forma virtual. Chilante é delator de um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) que levou ao afastamento de desembargadores e juízes. O caso foi investigado pela Polícia Federal na Operação Faroeste.
“A Defesa do réu VANDERLEI CHILANTE, peticionou, no ID 470799483, requerendo a autorização da participação do referido de forma virtual na audiência de instrução e julgamento designada para o dia 07/11/2024 às 09 horas, afirmando que o requerente reside em Rondonópolis/MT. Ante o exposto e em consonância com os princípios da ampla defesa e do contraditório DEFIRO o pleito defensivo para a participação virtual do réu Vanderlei Chilante a audiência de instrução designada para o dia 07/11/2024”, diz decisão proferida pelo juiz Cidval Santos Sousa Filho, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador.
Chilante é próximo do empresário Nelson Vigolo, que também firmou delação na Operação Faroeste. Além disso, o advogado de Rondonópolis trabalhou para Aníbal Laurindo, acusado de ser o mandante do assassinato de Roberto Zampieri. O caso foi revelado em reportagem do jornal Folha de São Paulo.
Chilante e Nelson Vigolo são acusados de pagar R$ 1,5 milhão para que o então juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio se declarasse suspeito em uma ação de disputa de terra envolvendo a empresa Bom Jesus Agropecuária, que estava interessada em uma propriedade na divisa entre Tocantins, Bahia e Piauí, um das regiões mais cobiçadas do agronegócio brasileiro.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o juiz se declarou suspeito na Ação nº 0000157-61.1990.8.05.0081, no dia 22/11/2018. Em 06/12/2018, a pedido de Vanderlei Chilante, Nelson José Vigolo pagou o valor, que foi sacado pelo advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira e depositado em conta de um "laranja".
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