Alguns políticos de Mato Grosso encerram 2019 com a “imagem negativa” após se envolveram em escândalos e até serem presos, como é o caso do vereador de Várzea Grande, Jânio Calistro (PSD).
O parlamentar foi detido no último dia 19 de dezembro em decorrência da Operação Cleanup, deflagrada pela Polícia Civil, por suposto envolvimento com grupo de traficantes que atuava em Várzea Grande. Ele segue detido até hoje. Segundo o delegado da Polícia Judiciária Civil, Vitor Hugo Bruzulato, o vereador usou da experiência como policial civil aposentado para orientar o grupo de como não ser incomodado pela Polícia. “As formas e período que seriam realizadas as transações, troca de plantão, uma série de dicas que realmente colaboravam”, disse o delegado.
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Antes disso, em agosto deste ano, Calistro já havia se envolvido em outra polêmica por ter mandado áudio com conteúdo obsceno em grupo de Whatzapp. A gravação era “pura sacanagem”, no entanto, o parlamentar se desculpou na época afirmando que o áudio era uma “brincadeira” que queria fazer com um amigo.
Os escândalos na política não ficaram restritos somente a Várzea Grande. Em Brasília, a esposa do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), ex-deputada Teté Bezerra (MDB) foi exonerada do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) pelo presidente Jair Bolsonaro, em março, após ele ficar sabendo que ela planejava um jantar com dinheiro público que custaria R$ 290 mil ao Instituto, e que inclusive contava com a presença do cantor Alceu Valença.
Na ocasião, o presidente disse que ligou para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e mandou cancelar o jantar e exonerar Teté que estava no cargo desde maio de 2018.
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Após exoneração, Carlos Bezerra criticou duramente o Governo do presidente e afirmou que o grande problema do Brasil é a falta de comando e que o Palácio do Planalto estava uma verdadeira “zorra”, e que decisões estavam sendo tomadas não em prol da sociedade e sim baseadas em “fuxico”.
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Quem também teve que lidar com uma situação desagradável envolvendo sua esposa foi o ex-deputado federal, Adilton Sachetti (PRB). Em 11 de agosto, Lidiane Campos atropelou e matou uma criança, de 3 anos, na cidade de Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá). Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil, ela não prestou socorro, fugiu do local e abandonou o veículo, se apresentando a delegacia três dias depois do acidente.
Conforme a Polícia Civil, a esposa do ex-parlamentar dirigia uma caminhonete que supostamente teria avançado o semáforo em um cruzamento na região central de Rondonópolis e atingido uma motocicleta em que estava o casal Dayane Palmeiras dos Santos e Marcos Souza da Costa, e a criança. Na ocasião, a família retornava de uma comemoração do Dia dos Pais quando foram atingidos pelo veículo de Lidiane.
Outro político que se envolveu em escândalo foi o deputado federal Neri Geller (PP). Ele virou réu em Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) por abuso de poder econômico e que pode resultar na cassação do seu mandato. No pedido, a Procuradoria pede inclusive quebra do sigilo fiscal e bancário do empresário Marcelo Piccini Geller, filho do parlamentar.
A Procuradoria aponta que informações do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e de instituições financeiras revelaram que Marcelo Geller era a verdadeira fonte das doações financeiras formalizadas por pessoa física de Neri Geller, não só em proveito da própria campanha (R$ 50 mil), mas, sobretudo, para o apoio da dobradinha com outros seis candidatos a deputado estadual, no total de R$ 942 mil. O processo segue tramitando no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT).