O cenário político de Mato Grosso de 2024 foi marcado por reviravoltas na campanha eleitoral de Várzea Grande, Cuiabá e Rondonópolis com derrota dos candidatos apoiado pelo governador Mauro Mendes (União) no primeiro turno.
Em Várzea Grande, e empresário Tião da Zaeli (PL) e Flávia Moretti (PL) se elegerem com 68.760 votos derrotando o atual prefeito, Kalil Baracat (MDB) e com ele os “caciques” do União Brasil e da política mato-grossense, o senador Jayme Campos, o deputado estadual Júlio Campos, o governador Mauro Mendes e a esposa Virginia Mendes.
O governador Mauro Mendes também enfrentou derrota em Rondonópolis, onde apoiou a candidatura do deputado estadual Thiago Silva (MDB). Em Rondonópolis, a população elegeu deputado estadual Claúdio Ferreira (PL) com 56.356 votos.
E em Cuiabá, o candidato do governador Mauro Mendes, deputado estadual Eduardo Botelho (União), atual presidente da Casa de Leis, foi derrotado ainda no primeiro turno. Já no segundo turno, o candidato Abilio liderava a disputa contra o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), porém, assim que recebeu apoio do governador viu seu adversário subir nas pesquisas.
O presidente estdual do PL, Ananias Filho precisou dar explicações sobre o “sumiço” de Mendes na campanha. O apoio pesou especialmente após a retomada das discussões sobre a proibição da pesca no Estado.
Mendes é contra a liberação da atividade em sua totalidade prejudicando a subsistência dos pescadores profissionais. Após a promessa de revogar a Lei da Pesca e mudanças de estratégia em relação ao apoio, Abilio Brunini (PL) foi eleito prefeito de Cuiabá no segundo turno da eleição municipal. Segundo ele, superou a si mesmo em relação a 2020.
Neste ano, o deputado Max Russi (PSB) foi eleito presidente da Assembleia Legislativa (AL/MT) com o atual presidente da Casa, deputado estadual Eduardo Botelho (União) fora da composição da Mesa após sete anos à frente do Legislativo.
O ano também foi marcado pela prisão do vereador Paulo Henrique (MDB) acusado de envolvimento com facção criminosa. Ele enfrenta processo de cassação na Casa de Leis.
Os vereadores da Casa também foram colocados sob suspeitas de terem recebido recursos financeiros do Comando Vermelho conforme denúncias do prefeito eleito Abilio Brunini.
Fotos de vereadores com faccionados durante as eleições também foram apontados pela imprensa mato-grossense. A vereadora eleita Baixinha Giraldelli (Solidariedade) se defendeu afirmando que não nega um pedido de foto durante a campanha. Segundo ela, não tem como pedir 'Nada consta' para cada eleitor que pedir uma foto.
O vereador Cezinha Nascimento (PL) também passou pela mesma situação. Ele tirou uma foto com um suposto membro da facção criminosa Comando Vermelho durante a campanha eleitoral na Capital. Em defesa do irmão, o deputado estadual Elizeu Nascimento (PL) afirmou que “ninguém tem escrito na testa que é membro de facção”.
Em 2024, a Câmara de Vereadores de Cuiabá cassou, pela segunda vez, o mandato da vereadora Edna Sampaio (PT) por quebra de decoro. Edna foi denunciada por suposto esquema de 'rachadinha' no gabinete. Ela tentou disputar à reeleição, mas acabou lançando "Day & Neusa" como substitutas pela candidatura compartilhada chamada “3Pretas”. Edna Sampaio 3pretas Day Neusa obteve 1.488 votos ficando como suplente.
A eleição para Câmara de Cuiabá também fez história em 2024, dos 27 vereadores eleitos, oito são mulheres. Além da reeleição das vereadoras Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar (União) também foram eleitas: Samantha Iris (PL), Paula Calil (PL), Maria Avalone (PSDB), Dra. Mara (Podemos), Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Katiuscia (PSB).
Samantha Iris obteve a maior votação da história com 7.460 votos. Além de vereadora, vai acumular a função de primeira-dama com a vitória do esposo, Abilio Brunini.