O senador do Podemos do Paraná, Álvaro Dias, disse que a demissão do ex-ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, nesta quinta-feira (16.04), já era esperada. Dias disse ainda, que o presidente já vinha “fritando” Mandetta em “fogo brando”, exatamente para diminuir o impacto e evitar um desgaste maior. “Eu não discuto a competência de Mandetta, até porque, na parte executiva não apresentava grandes resultados”.
Álvaro Dias disse que a ausência do grande líder, que deveria ser o presidente da República, deu espaço para o protagonismo do ex-ministro - e isso incomodando Bolsonaro e terminou na demissão de Mandetta. “A ausência do líder que promove essas distorções, essas incongruências dentro da própria equipe, esse bate cabeça, como a fogueira de vaidade, luta por protagonismo, tudo isso ocorre porque a um vácuo deixado pelo presidente da República, que não assumiu a liderança desse processo”, avaliou Dias.
O senador disse que espera que a escolha do novo ministro seja adequada e que não tenha uma mudança radical de estilo, comportamento e de orientação, porque poderá ser pior. “Enfim, lamento isso, pois demonstra fragilidade do Governo, insegurança, desorientação, falta de aptidão para função e incapacidade de liderança, tudo isso fica revelado com este episódio”.
Em relação ao ex-ministro Mandetta, Álvaro diz que não discute a competência dele, mas fica difícil fazer uma avaliação positiva, pois na parte executiva, o ex-ministro não apresentou grandes resultados, não se viu solução nem para os problemas como testes para detectar os infectados pelo coronavírus (covid-19), respiradores, luvas, enfim, o trabalho dos servidores da saúde.
No entanto, o senador deixou claro que na parte teórica, no que diz respeito à orientação à população devido à pandemia do Covid-19, ele vinha bem e era bem convincente. “Conseguiu convencer a opinião pública, tinha uma boa relação com a sociedade, se comunicava bem e era convincente”, declarou.
Álvaro Dias disse que não se pode jogar “toda” culpa no ex-ministro, pois a falta de materiais e equipamentos é problema do Governo. Para Dias, o Governo falhou, e fica difícil responsabilizar um ministro, pois o país não depende só dele para que tudo ocorra com eficiência.
Sobre o isolamento, Dias crê que foi a orientação mais segura, e que partiu de Mandetta, e à única alternativa comprovadamente positiva para combater o vírus, porém, ressaltou que também foi usado, sobretudo para dar tempo à organização do sistema de saúde do país que está desorganizada há muito tempo.
“O isolamento social também tinha esse objetivo, evitar a contaminação rápida, e com isso evitar o colapso no sistema de saúde. E nesse tempo todo de confinamento não tivemos grandes avanços, apenas a construção de alguns hospitais de campanha, mas em matéria de equipamentos, a notícia que se tem, é que equipamentos encomendados não viriam mais, então nesse ponto o Governo tem sido falho”, concluiu o parlamentar.
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