A Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) é acusada de impor “férias coletivas” a 800 vigilantes das escolas estaduais, no período de 16 dezembro a 14 de janeiro de 2025, colocando o patrimônio público em risco. Denúncia feita por vigilantes ao aponta que a ausência dos profissionais no final do ano pode gerar risco às escolas.
A medida consta na Portaria nº 1.138/2024/GS/SEDUC/MT, que modificou as atribuições e também incluiu os vigias nas férias coletivas do encerramento do ano letivo.
Os profissionais denunciam que as escolas ficarão abandonadas, sendo monitoradas somente pelas câmeras se segurança.
Um dos profissionais relatou ao , que muitos vigilantes estão sendo orientados a não registrar boletim de ocorrência em caso de roubos e furtos dentro das unidades. Os profissionais alertam que os casos podem piorar com a retirada dos profissionais das escolas.
“Não fica praticamente ninguém nas unidades, com muitos objetos de valores. Em unidades escolares que tem piscinas, as pessoas pulam o muro para tomar banho. Os vigias tem que tirar para fora. Um risco total. E eles [Seduc] querem provar que as câmeras são o suficiente para cuidar das escolas, querem a desvalorização dos vigilantes. Várias escolas são furtadas, mas não deixam os gestores registrar boletim de ocorrência para dar uma aparência que está tudo tranquilo”, reclamou uma servidora, que não terá seu nome divulgado para não sofrer represália.
A denúncia aponta ainda, que há casos de vigias, que já tiraram férias a menos de seis meses, e vão tirar novamente neste final de ano por imposição da norma.
A coordenadora de Movimentação da Seduc, Dulcimar Souza afirmou que a saída dos vigias nas férias coletivas foi a única mudança prevista na Portaria de férias deste ano. “Os vigias não saíam nas férias coletivas. Esse ano eles estão liberados para sair nas coletivas”, informou Dulcimar Souza, dizendo ser a única mudança para os quadros de servidores efetivos.
A Portaria nº 1.138/2024/GS/SEDUC/MT é mesma, que foi duramente criticada por reduzir o número de servidores em diversas áreas essenciais, como: apoio à limpeza, nutrição, vigilância, técnicos administrativos, educacionais e coordenadores pedagógicos, supostamente impondo uma condição trabalhista desumana, que foi comparada a quase uma condição análoga à escravidão.
Outro lado
A assessoria da Seduc-MT foi questionada pelo sobre as denúncias dos servidores, porém, se limitou a responder que as escolas são monitoradas 24h pelo Vigia Mais MT.
Leia também: Secretário é convocado para esclarecer “condição análoga à escravidão” na Seduc-MT
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).