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Política Domingo, 17 de Março de 2019, 08:00 - A | A

Domingo, 17 de Março de 2019, 08h:00 - A | A

Intervenção

Secretário defende intervenção na Santa Casa e substituição radical na administração

Gislaine Morais/VG Notícias

VG Notícias

Luiz Antônio Possas de Carvalho

 

O secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, disse que a intervenção na Santa Casa de Misericórdia será algo oneroso à Prefeitura de Cuiabá, porém, a decisão, se o município irá ou não intervir, será política do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

“Oneroso é logico que é, mas acontece que a decisão é política do prefeito, ele quem vai decidir, existem várias maneiras de intervenção. Existe a intervenção oficial, e a intervenção de fato, que é você ajudar de fato o problema”, disse o secretário.

De acordo com o secretário, o prefeito já assumiu a responsabilidade de abrir as portas da Santa Casa, desde que façam mudanças profundas na administração.

“Com a administração que estava lá, não tínhamos condições de tocar a unidade aberta, até porque os próprios servidores e enfermeiros denunciam que esse recurso todo não foi bem gerido, por isso chegou aonde chegou”, afirmou.

Para Luiz Antônio, não haveria preocupação com uma possível intervenção, o que precisaria era conhecer a realidade da caixa preta que é lá dentro. Ele ainda acrescentou que a Prefeitura conhece o valor da folha de pagamento, porém, desconhece os valores gastos com prestadores de serviços.

“Nós já ficamos sabendo que 95% da folha ganha menos que R$ 4 mil reais, e que 5% equivale a quase 40% do total da folha, que é acima de R$ 5 mil reais. Salários de 20, 30, 40 mil, então, existe essa disparidade lá dentro. E quanto ao valor dos prestadores, precisamos saber”, frisou.

Quanto os débitos da Santa Casa, o secretário disse não saber, mas acredita que seja na faixa de R$ 100 milhões.

Ainda, segundo o secretário, a Prefeitura de Cuiabá quer serviço e não o dinheiro de volta. “Só queremos que eles atendam a população. O que veio acontecendo no ano passado é que a Santa Casa recebia o recurso e não atendia. Por isso gerou esse passivo tão grande”, explicou.

Luiz Antônio deu um exemplo de intervenção bem sucedida, que foi a de Campo Grande (à 708,6 km de Cuiabá). “Campo Grande tinha um débito há 10 anos na faixa de R$ 80 milhões. Depois da intervenção, hoje Campo Grande é referência Nacional. Um dos melhores hospitais, com 800 leitos”, afirmou.

A respeito do contrato entre o município e a Santa Casa, Luiz Antônio confirmou que está suspenso. “Está suspenso, porque eles suspenderam. E colocaram esses seres humanos na rua sem atender, sem nada. O momento crucial para nós agora, é resolver os problemas. Resolvemos os problemas dos pacientes, criamos as condições de substituir toda essa ausência da Santa Casa. Ela mesma propiciou que as outras filantrópicas ampliassem a rede de atendimento. Então, isso só foi uma questão de sentar e gerir com essas outras filantrópicas essa absorção desse serviço que está deixando de ser feito pela Santa Casa" destacou.

Ao finalizar, o secretário enfatizou que reativar o contrato com a atual situação é impossível. “Nós só vamos fazer se houver uma substituição radical, se o Ministério intervier, ou o município intervir, sabe lá quem mais achar por bem, a sociedade organizada, Maçonaria, alguém que chegar e falar “Nós vamos assumir a Santa Casa”, ou através do ato da intervenção oficial, que é um ato legal que o município pode decretar”, pontuou.

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