A briga do deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) para fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e da Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, pode ser explicada por fatos recentes: A declaração do delator João Batista Rosa, sócio proprietário do Grupo Tractor Parts, que revelou na delação premiada ter pagado R$ 2,6 milhões para conseguir incentivos fiscais para sua empresa e a sentença do desembargador Alberto Ferreira de Souza do Tribunal de Justiça, no indeferimento ao habeas corpus impetrado por Silval Barbosa (PMDB), nessa sexta-feira (18.09).
Emanuel Pinheiro estava tão empenhado em ser membro da CPI, que ao ser preterido na formação da comissão, recorreu à Justiça e a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho concedeu liminar ao deputado.
Diante do surgimento do nome da empresa do delator na CPI e da disposição em entregar o caso à Justiça, Pedro Nadaf, segundo depoimento, ao tomar conhecimento de que Rosa iria delatar o esquema, teria acionado o ex-governador Silval Barbosa. Em mensagem captada pelo Gaeco, o secretário Marcell de Cursi pergunta ao delator se pode confirmar horário com Emanuel Pinheiro, agendada para as 9h30min.
A postura do grupo do ex-governador Silval Barbosa em interferir nos trabalhos da CPI ficou tão evidente, que o desembargador Alberto Ferreira de Souza ao negar o habeas corpus ao peemedebista, disse que o grupo, principalmente Silval Barbosa, estaria articulando politicamente, no sentido de evitar que as investigações da CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, que tramita na Assembleia Legislativa, não tenham o êxito necessário. Diz ainda um trecho da decisão, “Silval ainda que não mais exerça o cargo de Governador, tem se utilizado de sua influência política para consertar as falcatruas de seu grupo político”.
O magistrado destacou ainda em sua decisão, que "há nos autos fortes indícios de que a organização criminosa, comandada por Silval Barbosa, está articulando de várias formas para tentar impedir que as fraudes sejam descobertas, tanto por meio de investidas contra o delator, visando intimidá-lo, quanto por articulações políticas, promovidas por Silval, no sentido de blindar a organização e ocultar seus crimes".
Emanuel Pinheiro declarou à imprensa que seu nome foi utilizado indevidamente, no entanto, é inegável a forte ligação do republicano com o grupo de Silval, inclusive, o ex-secretário da Sicme, Alan Zanatta foi indicado pelo deputado na gestão passada. Por questão de ética, o parlamentar deveria abrir mão da CPI, até que todos os fatos sejam esclarecidos pela Justiça.
Além disso, o próprio advogado de Silval, Francisco Faiad, em entrevista ao VG Notícias, declarou que o ex-governador não compareceu depor na CPI, na última terça-feira (14.09), após ter recebido ligação de deputados, afirmando que não haveria oitiva por conta de reunião com representantes do Ministério Público na Presidência do Legislativo. Porém, Faiad não citou nomes.
Contudo, compareceram à CPI naquele dia, apenas os deputados Zé Carlos do Pátio e Wilson Santos, os demais membros não participaram. Diante disso, fica o questionamento, qual deputado teria ligado para o ex-governador não comparecer a Assembleia Legislativa?
Outro lado - A reportagem do VG Notícias entrou em contato com o deputado Emanuel Pinheiro diversas vezes, mas o celular estava desligado.
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