Pressionado, para dar andamento “ágil” no processo de pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB/AL), alertou que não irá atropelar os tramites e o pedido de impedimento passará por todo processo legal no Senado.
Renan disse que é necessário cautela neste momento. “Quero dizer o seguinte: o Presidente do Senado Federal tem toda a responsabilidade e toda a preocupação com o processo legal. Hoje, eu disse à imprensa, repeti, que o Senado Federal não está fazendo noticiário do dia a dia, o Senado Federal está fazendo a história do Brasil. Então, nós temos de agir com toda a responsabilidade” destacou.
O presidente lembrou do impeachment de Fernando Collor de Melo, em 1992, que tramitou fora dos prazos e disse que este erro não irá se repetir com o processo de impedimento de Dilma. “Não podemos repetir erros do passado e transformar este processo de impeachment ou num Bolero de Ravel, que não termina nunca, ou numa peça que terá o rito da peça do impeachment de 1992, quando, no mesmo dia, no dia 30, o Senado Federal recebeu a denúncia da Câmara e leu a denúncia. No mesmo dia 30, o Senado Federal recebeu a denúncia da Câmara, leu a denúncia, pediu aos líderes para indicarem os nomes. Os líderes indicaram os nomes. O Senado elegeu a Comissão Especial, suspendeu a sessão. A Comissão Especial se reuniu, elegeu o Presidente, elegeu o Relator, votou o parecer e mandou o parecer para o plenário do Senado Federal. Isso aí se faz quando há um clima de unidade, para que os prazos, que são até tantos dias, sejam observados na primeira hora”.
E ainda citou: “Eu queria só lembrar aos Senadores que não podemos, do ponto de vista do Senado Federal, repetir o passado. Na última vez – a história registra – que o Senado Federal antecipou decisões, ele errou. Foi quando, sentado nesta cadeira, o ex-presidente Auro de Moura Andrade decretou vago o cargo de Presidente da República”.
Renan destacou que não irá decretar vago o cargo de presidente da República. “Eu não vou decretar vago o cargo de Presidente da República, porque não quero ter a honra de ser brindado como, na oportunidade, foi brindado Auro de Moura Andrade pelo então senador e saudoso ex-presidente Tancredo Neves, que o chamou de canalha, canalha!” declarou.
E ao finalizar disse que o seu compromisso é com a história e que não permitirá que seja chamado de canalha, por ter atropelado o prazo da defesa ou por ter dado mais um dia para o prazo da denúncia. “Não vou escrever esse papel na história do Brasil” finalizou.
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