Elias Abrão Nassarden Júnior – “Júnior”, segundo fontes, era o “cabeça” das empresas no esquema com Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT). Ainda conforme fontes, Júnior teria aberto empresas de fachada em nome do pai Elias Abraão Nassarden, da mãe Clarice Pereira Leite Nassarden, da irmã Jeanny Laura Leite Nassarden, da ex-sogra, Tarcila Maria da Silva Guedes e da empregada doméstica Ivonete de Oliveira, entre outros parentes, para alimentar o esquema de corrupção na Assembleia, com a conivência e participação do ex-presidente e ex-deputado José Riva (PSD). Atualmente, conforme fontes, Júnior mora na cidade de Sonora, em Mato Grosso do Sul.
O MPE sustenta que apesar das empresas serem de “fachada”, eram administradas por Júnior, mas os demais envolvidos tinham plena ciência das fraudes perpetradas e se beneficiaram diretamente de seus lucros ilícitos. “Eles serviam das pessoas jurídicas constituídas com a única finalidade de fornecer notas fiscais frias para empreender ares de regularidade aos processos licitatórios que participavam, para retirarem com aparência de legalidade dinheiro do ente público”, diz trecho da denúncia do MPE.
Conversas telefônicas revelaram que os saques eram realizados na “boca do caixa” por Jean Carlos, Elias Júnior e Leonardo Maia e repassados ao então servidor da AL/MT, hoje falecido, Edemar Nestor Adams, que era a “ponte” entre Júnior e Riva na captação do dinheiro ilícito.
Apesar de Júnior não aparecer como sócio de algumas das empresas denunciadas, ele portava cheque com “endosso em branco”, destas empresas.
A empresa Serpel Comercial de Alimentos, nome fantasia Mercado Líder, era e ainda é um estabelecimento comercial administrado pelos integrantes da família Nassarden, em especial, por Jean Carlo, Elias Abrão Nassarden, Jeanny Laura e Clarice Pereira Nassarden. A empresa foi constituída por Elias Abrão Nassarden Júnior em 18.12.2007, porém em nome de Jeanny Laura (irmã dele) da empregada doméstica Ivonete de Oliveira e foi adquirida e montada com o dinheiro escuso proveniente dos desvios de dinheiro da Casa de Leis Estadual. Esta última, ao que tudo indica, foi ludibriada pelos demais integrantes do bando e teve seu nome utilizado sem conhecer a dimensão da fraude engendrada e sem receber qualquer proveito dos ilícitos perpetrados.
O grupo não se deu ao trabalho, durante todo o período em que as empresas estiveram sob o monitoramento dos agentes do Gaeco, qualquer atividade de comércio (venda e compra de mercadorias, seja manufaturada ou matéria prima), nem mesmo movimentação de transporte, apenas emissão de notas fiscais “frias” e retiradas de grandes quantias de dinheiro na “boca do caixa”.
Aliás, destaca o MPE, os Tribunais de Justiça de todo o país não titubeiam em determinar o encarceramento provisório quando a pessoa se vê envolvida em diversos ilícitos. No caso dos autos não pode ser diferente sob pena de estarmos tratando iguais de forma desigual. Em suma: “pau que bate em Chico, também tem que bater em Francisco”.
Ao todo segundo o MPE, foram mais de R$ 60 milhões desviados sob o comando de José Riva e um punhado de empresários e servidores públicos que, com fidelidade invejável, serviram aos seus propósitos de se apoderar dos cofres públicos.
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