O deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) considerou desnecessária — no contexto de Mato Grosso — a criação de um movimento nacional de resistência a invasões de terras, proposta pelo também deputado Gilberto Cattani (PL). A iniciativa prevê a instalação de acampamentos para impedir ocupações em propriedades rurais.
Avalone, que integrou a comissão da Assembleia Legislativa encarregada de investigar invasões no Estado, afirmou que o governo estadual tem agido com rapidez e firmeza diante de qualquer tentativa de ocupação irregular, não havendo, portanto, necessidade de mobilizações como a proposta por Cattani.
“Não sabia dessa iniciativa. Aqui em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes tem agido com firmeza. Quando ocorre alguma tentativa, a retirada acontece em menos de 24 horas, conforme a lei permite. Então, não vejo necessidade de um movimento maior. Imagino que ele esteja pensando em uma ação de alcance nacional, porque, em Mato Grosso, não enfrentamos esse problema de forma recorrente”, pontuou.
Questionado sobre o risco de confrontos decorrentes desses acampamentos, Avalone demonstrou preocupação com o acirramento do ambiente político e social no país. Sem mencionar diretamente o colega Cattani ou opositores como Lúdio Cabral (PT) e Valdir Barranco (PT), o deputado lamentou a atual polarização.
“É uma pena que o país esteja assim. Tenho dito que o Brasil vai melhorar quando os líderes das duas correntes extremas deixarem de ser candidatos. Isso vai ajudar a reduzir o ódio, a briga, a guerra que estamos vendo. Hoje, amigos e famílias brigam por política. É um ambiente de conflito permanente”, disse.
Durante visita recente ao município de Poxoréu, Avalone relatou ter se surpreendido positivamente com a ausência de debates políticos acirrados, destacando o alívio que sentiu ao vivenciar, mesmo que por um dia, um ambiente livre de embates ideológicos.
“Passei 24 horas lá e ninguém falou de política radical. Parecia que eu estava no paraíso. Não aguento mais esse clima de xingamentos e acusações pesadas. Eu aprendi a respeitar as pessoas e sigo essa postura. Tenho posição, embora muitos digam que o PSDB fica em cima do muro. A minha posição é clara, mas sem agredir ninguém.”
Para o parlamentar, boa parte do eleitorado hoje se posiciona mais por rejeição a determinados candidatos do que por adesão a propostas concretas.“Muita gente está com um, simplesmente porque é contra o outro. Não é por acreditar de verdade em uma proposta. Se os dois extremos saírem do cenário, o Brasil melhora. Eu acredito nisso”, concluiu.
Leia Também - Prefeitura abre processo seletivo com salários de até R$ 13 mil
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
