A deputada estadual de Mato Grosso Luciane Bezerra (PSB) afirmou na última segunda-feira que estava investigando possíveis irregularidades envolvendo a licitação para construir o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá e que, por isso, passou a ser seguida e receber telefonemas recomendando que ela deixasse de se envolver com o assunto.
Na última sexta-feira (17), o ex-assessor especial do vice-governador de Mato Grosso, Chico Daltro (PSD), Rowles Magalhães Pereira da Silva, revelou a imprensa que já sabia-se qual consórcio sairia vencedor da licitação do VLT com, pelo menos, três semanas de antecedência em relação à divulgação das propostas dos concorrentes. O certame foi vencido pelo Consórcio VLT Cuiabá, com uma proposta de R$ 1,47 bilhão. O mesmo assessor afirma que a negociata envolveu o pagamento de propina da ordem de R$ 80 milhões.
Na última segunda, a deputada disse que recebeu, ao longo deste ano, uma série de "telefonemas suspeitos" e "conselhos" para que ela desistisse de investigar mais o assunto. A parlamentar, que está licenciada do cargo para participar de campanha eleitoral no interior de Mato Grosso, disse não saber de onde partiram os telefonemas e mensagens, mas que informou ao Ministério Público de Mato Grosso sobre o que vinha ocorrendo.
A socialista afirmou também que, até o mês passado, sua casa vinha sendo "vigiada" por pessoas estranhas a seu círculo de relações, e que foi seguida diversas vezes no trajeto da sua residência ao Ministério Público, quando ia levar documentos referentes ao processo licitatório do VLT.
Luciane afirmou também que as denúncias sobre pagamento de propina e fraude no processo de licitação do VLT de Cuiabá divulgadas na mídia na última sexta-feira, para ela, não foram surpresa. "Eu tinha informação (de fraude na licitação), falei várias vezes na tribuna da Assembleia, mas infelizmente não consegui juntar as provas necessárias para formalizar a denúncia. Na época (fevereiro deste ano), me propus a investigar por conta própria", disse a parlamentar.
No início do ano, a deputada chegou a afirmar ao UOL Esporte que o resultado da licitação do VLT de Cuiabá já estava definido, antes mesmo de ter sido publicado o edital, o que só aconteceu no início de março. A parlamentar afirmou à reportagem que recebera a informação de "empresários de mercado".
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