A denúncia formalizada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), nesta quarta-feira (26.03), contra Nataly Helen Martins Pereira, pelo assassinato Emelly Azevedo Sena, 16 anos, revelou outro detalhe perturbador no caso: a filha da adolescente nasceu sem sinais vitais e foi reanimada pela acusada – que agora responde por feminicídio e outros sete crimes.
O documento aponta que, ao provocar a asfixia da gestante – de nove meses – mediante a aplicação de “mata-leão” e a colocação de sacos plásticos em sua cabeça, Nataly assumiu o risco de causar a morte da bebê por privação de oxigênio, provocando, assim, um possível aborto.
“O bebê nasceu sem sinais vitais, precisando ser reanimado pela própria denunciada através de massagem cardíaca, o que evidencia o risco concreto à vida fetal provocado pelas ações asfixiantes anteriores”, diz trecho do documento.
Após o crime, Nataly foi até o Hospital Santa Helena, onde afirmou que havia dado à luz em casa. A mentira foi descoberta após exames comprovarem que ela não havia passado por parto recente.
Além de feminicídio, a acusada responde por tentativa de aborto sem consentimento, subtração de recém-nascido, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação e uso de documento falso. Nataly permanece presa preventivamente.
A bebê teve alta médica em 15 de março e está sob cuidados da avó materna e do pai.
Conforme o Ministério Público, o crime foi motivado por ressentimento e inveja: Nataly, que já possui três filhos homens e havia feito laqueadura, desejava uma filha menina. A investigação revelou ainda que ela monitorava gestantes que esperavam meninas em grupos de doação na internet.
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