A delegada Ana Cristina Feldner, responsável por inquéritos que investiga esquema de interceptações, caso conhecido como "Grampolândia Pantaneira", afirmou nesta quarta-feira (15.12), em entrevista coletiva, que a Operação Reset deflagrada hoje teve como foco encontrar a denúncia do ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, sobre o escritório clandestino de interceptação telefônica no Governo de Pedro Taques em 2015.
De acordo com ela, o documento lacrado sumiu dos arquivos, assim como a guia de protocolo da denúncia. “O foco é averiguar a participação dos servidores do Protocolo da Casa Civil no sumiço destes documentos”, declarou a delegada.
A servidora Rosangela da Silva Oliveira (hoje aposentada da função), foi apontada como a pessoa por cadastrar o dossiê entregue por Zaque no dia 14 de outubro de 2015. O documento tramitou via sistema, da Gerência de Protocolo e Postal da Casa Civil para o Protocolo do Gabinete do Governador, identificando-a também como a responsável pela ação, porém, sem qualquer justificativa aparente, o trâmite para o gabinete do governador à época, Pedro Taques, foi cancelado por Rosângela.
Feldner disse que Rosangela foi ouvida nessa terça-feira (14.12) pela Força Tarefa da Polícia Civil, porém, as revelações e declarações da servidora não podem ser reveladas em decorrência do sigilo do inquérito policial.
Sobre outro alvo da operação, Rosinaldo Nunes de Almeida, a delegada explicou que o pedido de afastamento dele do setor de Protocolo da Casa Civil até o fim das investigações, foi porque o mesmo estava sendo o responsável por responder os pedidos de informações e de diligências da Polícia Civil, sendo que Rosinaldo já era alvo de investigação.
“Pedimos o afastamento porque ele que estava respondendo os ofícios e pedido de informações, podendo assim atrapalhar nas investigações qual ele é alvo”, contou.
Assim como Rosangela, Rosinaldo Nunes também prestou depoimento nessa terça (14), mas usufruiu o direito constitucional de se manter em silêncio.
Ainda, segundo a delegada, o ex-governador Pedro Taques e o primo dele, o ex-secretário Paulo Taques, devem ser ouvidos neste inquérito policial.
A Operação Reset contaram com apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DCI), através dos delegados Romildo Nogueira e Renato Rezende.
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