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VGNJUR Quinta-feira, 19 de Outubro de 2023, 15:53 - A | A

Quinta-feira, 19 de Outubro de 2023, 15h:53 - A | A

afastado há 2 anos

Investigações apontam que Célio ainda tem influência na Saúde de Cuiabá; ligou e mandou secretário alterar contato

Célio teria ordenado que secretário de Saúde alterasse contrato em Cuiabá

Lucione Nazareth/VGN Jur

Há mais de dois anos afastado Secretaria de Saúde de Cuiabá, o ex-secretário, Célio Rodrigues da Silva, segue tendo fortes influências na pasta ao ponto de alterar contrato com prestadoras de serviços. A informação foi revelada pelo empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski, dono da empresa MedClin Serviços Médicos Ltda, em acordo delação premiada firmada com o Ministério Público Estadual (MPE).

Célio Rodrigues foi preso nesta quinta-feira (18.10), no âmbito da Operação Cartão-Postal, por ter participado de suposto esquema que teria desviado R$ 87 milhões da Saúde de Sinop (a 503 km de Cuiabá).

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Na delação, Luiz Vagner Silveira revelou que Célio era o “verdadeiro dono” das empresas que participaram do esquema, entre elas Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), e não o advogado Hugo Florêncio de Castilho [também preso na operação]. “O Célio e o Hugo é uma pessoa só. As empresas são todas deles. As empresas que estão pegando dinheiro em Sinop. Essas empresas que estão pegando dinheiro em Sinop são do Célio.”, diz trecho do depoimento.

O empresário contou que percebeu a influência de Célio no setor da Saúde durante reunião que aconteceu no dia 02 de fevereiro de 2023. No citado dia, Luiz Vagner teria exposto a Célio que sua empresa MedClin estava tendo certa dificuldade com um dos pontos do contrato de prestação de serviços médicos na Secretaria de Saúde de Cuiabá, momento em que Célio ligou para o secretário Municipal à época, Guilherme Salomão, e falou em tom de “ordem” que o “contrato está errado, não é assim que ele tem que ser feito. O procurador já não te mandou a carta falando que é pra pagar integral os plantões?”.

Consta do documento, que na época a dificuldade era relacionado exigência que os médicos realizassem 32 ou 36 atendimentos para fazerem jus ao “valor cheio” do plantão. Entretanto, a empresa que fornecia o software que fazia a contabilidade do número de atendimentos nos plantões interrompeu o fornecimento do serviço por falta de pagamento. Desta forma, não havia como a MedClin comprovar quantos atendimentos os médicos tinham feito nos plantões, o que prejudicou o recebimento dos “valores cheios” pela empresa.

Ainda segundo o delator, após a ligação de Célio Rodrigues para Guilherme Salomão, não houve mais exigência de contabilidade do número de atendimentos para o “pagamento cheio”, houve retificação no valor da Nota Fiscal da MedClin e a Prefeitura de Cuiabá efetuou o pagamento.

“Por fim, de acordo com a aduzido pela Autoridade Policial, a situação descrita demonstra um certo poder de comando de Célio Rodrigues da Silva em face do então Secretário de Saúde de Cuiabá/MT, Guilherme Salomão. Isto porque, mesmo sem ocupar um cargo na administração pública do Município, Célio possuía interferência direta no cargo máximo da pasta da Saúde Pública, mesma área de atuação pela qual já foi investigado por diversas vezes, tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Federal”, diz trecho do inquérito.

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