"Aqui é obrigação de todos ajudar, ser exemplo, ser prudente na quebrada, evitem debate, e sempre de olho aberto". Essa foi uma mensagem extraída pela Polícia Civil em um grupo de WhatsApp de uma facção criminosa que atua no município de Juína, a 737 km de Cuiabá. As mensagens constam na ordem de prisão decretada contra quatro supostos membros da organização, e que foi assinada na última terça-feira (1º.10), pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra.
O Ministério Público Estadual (MPE) requereu a prisão dos faccionados, apontando que eles integram o Comando Vermelho com o envolvimento de adolescentes, citando apreensão de 150g de cocaína e 440g de maconhas, e de diversas peças de motocicleta furtadas e receptadas.
Na denúncia, o MPE cita o grupo de WhatsApp “SPORTIG BET JUINA MT”, no qual são enviados “informativos” e regras do Comando Vermelho a todos os membros, bem como são realizadas tratativas acerca do tráfico de drogas, do funcionamento da facção, do monitoramento das forças policiais e da aplicação da “disciplina” nas “quebradas” (isto é, de torturas e homicídios corriqueiramente perpetrados pelos faccionados contra seus desafetos).
“Meus irmãos os senhores tombou gente que nos tá precisando levar um papo no imediato liga nós do quadro, não vai tomar atitude isolada ou se precipitar não, liga nos que nos vai alinhar da melhor forma e também cuidem da integridade de vcs”, sic, uma das conversas extraídas do celular de um dos acusados.
Outra mensagem destacada pelo MPE: “final de semana aí a bruxa fica solta, qualquer briga B.O fica de longe filma analisa a situação para depois dá seu ponto de vista, o trabalho e de todos, aqui e obrigação todos ajudar se exemplo ser prudente na quebrada, evitem debate, e sempre de olho aberto, se tromba inimigos liga nos que vamos tá chegando o quanto antes para fazer prevalecer a voz da nossa organização”.
Ao determinar a prisão dos acusados, o juiz Jean Garcia de Freitas, destacou a gravidade dos delitos praticados, bem como o fato de ter sido descortinada a participação de todos na organização criminosa Comando Vermelho. Os nomes dos suspeitos não serão divulgados para não atrapalhar nas investigações e nem no cumprimento das prisões.
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