O ministro Alexandre de Moraes, (Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste domingo (06.11) que a Policia Federal (PF) ouça em até 48 horas Marcos Cintra (União Brasil), ex-candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke nas eleições deste ano, devido à divulgação de informações falsas levantando suspeitas em relação às urnas eletrônicas.
Hoje, o Twitter suspendeu a conta de Cintra por "ordem judicial". Na decisão, Moraes cita que as publicações do ex-secretário da Receita Federal incluem ataques ao STF e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além de espalhar "notícias fraudulentas acerca do funcionamento das urnas eletrônicas e do processo eleitoral".
O magistrado também proibiu Cintra de publicar, promover, replicar e compartilhar ataques e notícias falsas sobre o processo eleitoral brasileiro, sob pena de multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento. Moraes também fixou multa diária de R$ 100 mil caso o Twitter não bloqueie os perfis ligados a Cintra.
"Conforme se verifica, Marcos Cintra utiliza as redes sociais para atacar as instituições democráticas, notadamente o Tribunal Superior Eleitoral, bem como o próprio Estado democrático de Direito, o que pode configurar, em análise preliminar, crimes eleitorais", diz a decisão do ministro.
bolsonarista. Nas redes sociais, a postagem de Cintra tinha críticas às urnas eletrônicas e vinha sendo usada por bolsonaristas nas redes sociais para alegar que a eleição foi fraudada em favor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em uma das publicações, Cintra questionou o fato de Bolsonaro ter zero votos em centenas de urnas, e chegou a dizer que as dúvidas sobre a eleição eram legítimas. Em seu site pessoal, o professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) disse acreditar na legitimidade das instituições e que não admite que o TSE "seja cúmplice, no caso de descobrirem algum bug no sistema". Ele cobrou que o tribunal se debruce sobre esses fatos e os esclareça.
Disse também que o fato de essas urnas estarem em comunidades quilombolas e indígenas "não explica esses resultados, sob pena de admitir que essas comunidades foram manipuladas".
Cintra chegou a escrever também que, caso houvesse registros em papel, esses casos poderiam ser rapidamente descartados, evitando dúvidas sobre a integridade do sistema. "São dúvidas legítimas. Qualquer cidadão, como eu, tem o dever de exigir esclarecimentos das autoridades competentes para preservar a democracia e a legitimidade de nossas instituições. Quero ardentemente acreditar que haja explicação convincente", alegou.
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