Alex Sandro de Proença, ex-assessor do vereador de Várzea Grande, Pablo Pereira (União), era considerado foragido pela Justiça por suposto envolvimento na organização criminosa que foi instalada na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG). A informação consta em decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri, que revogou a prisão de Proença.
Consta dos autos que Alex Sandro foi um dos alvos de mandado de prisão expedido pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (NIPO) no âmbito da Operação Gota d’Água deflagrada no último dia 20 de setembro pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR). Contudo, não foi localizado até quinta (27), data da revogação do mandado.
Nas investigações, aponta-se que ele atua no braço político da organização criminosa. Segundo o inquérito, Proença foi servidor do Setor de Cadastro da Diretoria Comercial do DAE/VG até 7 de maio deste ano. Porém, foi exonerado em razão de ter sido identificado, por parecer da empresa LOGPRO, responsável pelo sistema de cobrança da autarquia, que no dia 31 de janeiro deste ano, por duas vezes, inseriu informações falsas no Sistema GSAN, dando conta de inverídico erro de processamento de diversas faturas relativas às duas contas de água.
Alex Sandro também é acusado de cobrar propina de um consumidor entre os dias 16 e 17 de abril deste ano, com anuência do Diretor Comercial Alessandro Macaubas Leite de Campos, tendo inclusive enviado mensagens intimidatórias ao citado consumidor e ao procurador do DAE/VG, Renan Domingues Barros.
Alex Sandro de Proença ocupava atualmente o cargo de assessor do vereador Pablo Pereira na Câmara Municipal. Na última sexta (20), ele foi exonerado do cargo em decorrência de decisão judicial. Na decisão de ontem, ao revogar a prisão do suspeito, o desembargador Orlando Perri determinou algumas medidas cautelares, sendo elas: uso de tornozeleira eletrônica; proibição de acesso a todo e qualquer prédio público do município de Várzea Grande e, em especial, às dependências do DAE/VG; proibição de contato com os demais investigados, inclusive mediante contato telefônico ou redes sociais; proibição de aproximação das testemunhas, a uma distância mínima de 500 metros; e entrega de passaporte.
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Outro Foragido
Outro que estava foragido por envolvimento no suposto esquema de corrupção é Giliard José da Silva, que ocupava o cargo de atendente de balcão na Diretoria Comercial do DAE/VG. Ele é apontado como o principal captador interno de consumidores, atraindo-os para que quitem débitos junto à autarquia, direcionando-os a negociar com integrantes do grupo delitivo.
Nas investigações, apontaram que o ex-servidor realizou operação de parcelamento suspeita; conduziu negociação ilegal de débitos; e iniciou negociação ilegal de débitos conduzindo a consumidora para prosseguir conversa em sala reservada com outro servidor integrante do grupo.
“Servidores e ex-servidores ouvidos em depoimento confirmaram ser de conhecimento público em Várzea Grande que, há muito tempo, Giliard José da Silva atua criminosamente no exercício de suas funções”, diz trecho da ação ao citar o envolvimento do ex-servidor.
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