A demanda por milho está impulsionando os preços em Mato Grosso, refletindo o cenário desafiador no setor agrícola do estado. Na última semana, o preço do milho na Bolsa Brasileira (B3) registrou uma alta de 4,25%, atingindo uma média de R$ 51,52 por saca, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Esse incremento está vinculado à escassez de milho disponível e à menor produção da safra 2023/24.
Os preços atuais do milho em Mato Grosso são os mais altos desde a pandemia, superando em quase 50% os valores do ano passado. O último levantamento do IMEA mostra que o milho está sendo comercializado a R$ 52,41 por saca, um salto em relação aos R$ 50,25 observados em abril de 2023. Essa valorização decorre de uma combinação de fatores: a produção estadual recuou significativamente, com uma queda de 5,33 milhões de toneladas em relação à safra anterior, e as exportações brasileiras continuam aquecidas.
O cenário é ainda favorecido pela alta do dólar, que fechou a semana cotado a R$ 5,70, o que torna o milho brasileiro mais atrativo para compradores internacionais. A valorização da moeda norte-americana impulsiona as exportações e fortalece o setor, incentivando a produção e ajudando a compensar as perdas com a redução da safra.
Os impactos climáticos na América Latina também estão em foco. A Argentina, que registrou uma redução de 20,3% na área plantada em função da praga da cigarrinha-do-milho, enfrenta uma recuperação lenta na semeadura, que, até a última semana, atingiu 28,9% da área projetada para a safra 2024/25. Este cenário, somado à cotação média na CME-Group (Bolsa de Chicago), reforça a competitividade do milho mato-grossense para exportação, com uma média de R$ 42,67/saca na paridade de exportação para julho de 2025.
Para os próximos meses, as perspectivas indicam que o aumento da demanda continuará pressionando os preços. A combinação de oferta reduzida, alta do dólar e exportações aquecidas deve manter a cotação do milho em patamares elevados. No entanto, os custos de produção permanecem em alerta, com insumos e custeio estimados em R$ 2.837,88 por hectare e R$ 3.228,67 por hectare, respectivamente.
Leia também: Mato Grosso acelera semeadura de soja para safra 2024/25, mas pressões externas e internas mantêm alerta no setor