O vereador Luís Claudio (PP) expressou, nesta terça-feira (04.07), sua surpresa com a iniciativa tardia da Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) de manifestar interesse no acompanhamento dos órgãos de controle da União na Operação Espelho, que investiga um suposto cartel na Saúde do Estado. A 2ª fase da operação foi deflagrada em março deste ano, pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil.
Segundo Luís Cláudio, somente após a representação feita por 14 vereadores da Câmara de Cuiabá, o deputado federal Emanuelzinho (MDB), o ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB), o deputado estadual Juca do Guaraná Filho (MDB), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) e o Movimento Comunitário de Cuiabá, à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo a intervenção da Polícia Federal no caso, é que a CGE-MT se manifestou.
"Foi somente após nossa ação que a CGE-MT produziu esse relatório ou o tornou público. Nele, concordam com a federalização das investigações da Operação Espelho, que ocorrem na saúde aqui em Mato Grosso. Cerca de 40% dos recursos destinados à saúde do Estado são oriundos da União e devem ser investigados por lá, ou seja, a Polícia Federal deverá assumir esse caso", ressaltou o vereador.
Luís Claudio, que é vice-líder de Emanuel, na Câmara de Cuiabá, criticou o "silêncio" da base governista na Assembleia Legislativa e revelou que o relatório da CGE-MT indica prejuízos maiores do que os divulgados até o momento na investigação do suposto cartel na Saúde do Estado.
"O silêncio ensurdecedor da Casa Legislativa do Estado de Mato Grosso é preocupante. No relatório produzido pela Controladoria do Estado, não se fala apenas em R$ 35 milhões, mas em valores muito maiores. São milhões e milhões que devem ser investigados pelo Governo Federal. Espero que haja uma intervenção real, uma força nacional aqui em Mato Grosso. Agora, precisamos aguardar o desenrolar desse processo em Brasília", declarou o vereador.
No relatório produzido pela Controladoria do Estado, não se fala apenas em R$ 35 milhões, mas em valores muito maiores
Luís Cláudio também ressaltou que a classe política terá que agir contra esse esquema de fraudes na Saúde. Segundo ele, qualquer agente político, seja municipal ou estadual, está sujeito a ser induzido ao erro.
"Existe uma rede, ouso dizer prostituída, no âmbito da saúde, que se aproveita da boa vontade dos gestores, tanto municipais quanto estaduais, para levar vantagens e manipular os agentes políticos e públicos. É crucial que a Procuradoria Geral da União, em conjunto com os órgãos de controle e a Polícia Federal, investigue a fundo, pois não é possível que uma operação envolvendo R$ 35 milhões seja esquecida e deixada ao relento", afirmou o vereador.
Essas revelações do vereador Luís Claudio destacam a necessidade de ação efetiva para combater a corrupção na saúde e garantir a transparência e o bom uso dos recursos públicos destinados a esse setor tão importante. O desenrolar do caso e as medidas adotadas pelas autoridades competentes serão fundamentais para o esclarecimento completo dos fatos e a busca por justiça.
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