A candidata ao Senado por Mato Grosso, tenente-coronel Fernanda (Patriota) foi firme ao criticar a postura do Governo do Estado em relação ao fardamento da categoria da Polícia Militar que não vem recebendo desde 2014. Durante entrevista concedida ao oticias No Ar na manhã desta segunda-feira (16.03), ela afirmou que os militares têm tirado do próprio bolso, dinheiro para comprar novos fardamentos.
“Se ficarmos calados, a população não vai saber o que estamos passando”, declarou ao destacar que a categoria de Mato Grosso é referência no Brasil, e que recebe um dos melhores subsídios do país.
Ela alertou que não se pode fechar os olhos para o que aconteceu no Ceará, pois o militar estava sendo desprezado, com um salário baixíssimo e com ascensão na carreira zero. A greve do militares no Estado do Ceará ocorreu no início do mês de fevereiro e teve fim em março, quando a categoria reivindicava aumento salarial e reestrutura do plano de carreira dos policiais.
Segundo ela, como punir um pai de família que diz que está passando fome. “Eles saem para rua para defender muitas vidas, mas estão passando fome, então ele precisa ser reconhecido”. Ainda de acordo com ela, também não pode haver exageros, mas que os militares têm direitos sim de reivindicar por condições melhores.
Em relação à eleição suplementar ao Senado, prevista para 26 abril, a tenente-coronel disse que se tornou uma “guerra”, pois segundo ela, antes do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) anunciar seu apoio, nenhum partido tinha como candidato um militar ou uma mulher.
“Me sinto emocionada, pois se parar para avaliar, antes de o presidente anunciar que a candidata dele seria uma mulher e militar, não existia nenhum militar candidato, ou seja, não tinha mulher e nem militar. Depois do anúncio virou uma polvorosa, uma grande confusão no meio político. Todos os partidos saíram atrás de uma mulher e um militar para fazer parte da chapa. É guerra, porém, uma valorização da categoria”, declarou.
A tenente-coronel contou que em janeiro desse ano foi procurada e sondada como uma possível candidata ao Senado, ela então teria encaminhado seu Curriculum para ser avaliado. No entanto, o convite formal feito pelo próprio presidente só aconteceu em fevereiro. “Recebi uma ligação do presidente formalizando o convite. Ele pediu para que eu fosse até Brasília para nos conhecermos pessoalmente”, contou Fernanda.
Questionada se não tem medo de acompanhar o presidente agora, e depois ser deixada de lado, Fernanda respondeu que não e disse que uma das suas características é ser leal. “Uma das minhas características se chama lealdade, as outras, humildade e serva do senhor. Isso faz com que eu tenha força suficiente para seguir em frente, pois se não fosse essas características talvez hoje não estivesse aqui”.
Indagada como deve se impor diante da reforma tributária se alcançar a cadeira no Senado, ela afirmou que será necessário fazer uma reforma tributária urgente, pois o Brasil e o Estado de Mato Grosso precisam crescer.
Sobre a manifestação realizada nesse domingo (15.03), em vários Estados do país, pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso, assim como a volta AI-5 (quinto de dezessete grandes decretos emitidos pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil), Fernanda disse que defende a democracia e a Constituição, porém, segundo ela, as pessoas têm o direito de falar o que pensam. “Em questão do pacto federativo, temos que reaver algumas coisas sim”.
A respeito do desarmamento, a candidata disse que é a favor do porte e posse de arma, e avalia o desarmamento como um retrocesso, pois acabou limitando o cidadão de bem, mas não limitou a bandidagem.
Outro Lado - A reportagem do oticias entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, que informou que a PM realizou registro de preços para compra de fardamento para policiais militares, mas está aguardando dotação orçamentária para formalizar a aquisição.
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