O secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antonio Possas de Carvalho respondeu questionamentos nessa quarta-feira (15.04), na Câmara Municipal para esclarecer as medidas e aplicação dos recursos da Prefeitura no combate ao novo coronavírus (Covid-19).
Carvalho respondeu ao vereador Felipe Wellaton (Cidadania) indagações sobre atraso de salário dos médicos terceirizados, denúncias que apontam falta de atendimento aos pacientes de câncer, números de partos, aquisição de testes rápidos, bem como o pedido do parlamentar pelo direito à fiscalização na aplicação dos recursos estaduais e federais na Capital.
“Com relação aos médicos do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), a unidade é que vai responder o que ela faz com recurso dela. Então a Empresa Cuiabana tem que ver e responder isso diretamente. Os repasses são feitos da Secretaria para a Empresa Cuiabana, não na totalidade de tudo que eles desembolsam. Hoje o HMC está custando em torno de R$ 11 a 12 milhões por mês”, relatou.
Segundo Possas, o Governo Federal repassa a Cuiabá a quantia de R$ 1,850 milhão, por não ser credenciado junto ao órgão federal, ou seja, esse recurso passado é inicial até que se comprove produção para credenciamento, conforme ele, isso é normal e é moroso. Mas por outro lado, o secretário também disse que o Estado também não está repassando nada para o HMC e também não credenciou a unidade. Ou seja, a unidade que custa quase 12 milhões de reais está sofrendo para arcar com os compromissos basicamente sobrevivendo de fonte 100.
“O Estado não repassou nenhum dinheiro do Governo Federal que dá mais de R$ 2,800 milhões (repasse do auxílio ao Covid -19), o Estado já devendo para o município de Cuiabá. Já em relação aos R$ 30 milhões que a Assembleia devolveu para o Estado, havia um pedido de R$ 10 milhões para Cuiabá e R$ 20 para os demais no Estado, ele aplicou os R$ 30 lá nas obras do Hospital Metropolitano”, pontuou.
O secretário acrescentou ainda que todos os medicamentos e Equipamentos de Proteção Indivial – IPIs, que vieram do Governo Federal para o Estado, nenhum item foi repassado para o município de Cuiabá.
“O que nós temos de IPIs é o que nós previamente compramos no final de fevereiro e no começo de março. Então nós fizemos dever de casa com antecedência, se não, nós estaríamos como as demais unidades de saúde do Estado, sem EPIs e trabalhando sem nenhuma proteção”, pontuou.
O secretário afirmou também que nenhum serviço do município está paralisado, dizendo que muitos partos estão sendo feitos pelas filantrópicas e pela própria rede. Em relação aos pacientes em tratamento do câncer, o mesmo afirmou que o Hospital de Câncer não adentrou na rede de proteção para não paralisar o atendimento.
Sobre a confirmação dos R$ 23 milhões destinados a saúde municipal, questionado por Wellaton, Carvalho confirmou, mas enfatizou que o valor é especifico para o coronavírus.
“Está lá uma cartilha escrita que o recurso será gasto no coronavírus, e ele começou a ser utilizado exatamente na aquisição dos suplementos e equipamentos para continuidade e aperfeiçoamento do atendimento. Não foi gasto nem 10% dele, porque temos dificuldades para adquirir assim como ocorre em todo país”, argumentou.
Em relação a aquisição de testes rápidos, Carvalho afirmou que a Prefeitura ainda não conseguiu efetivar a compra. Segundo ele, assim que adquirido, o material será usado nos servidores da saúde, mas pontuou que o teste não tem eficácia comprovada.
“A empresa só vai tê-lo para entregar no final do mês e de qualquer maneira é um quantitativo de 30 mil. Hoje é difícil testar a população toda, é impossível testar praticamente 700 mil habitantes e a eficácia dele é muito duvidosa. Então além dele ser caro, está em torno de R$ 120, R$130 cada teste a eficácia dele também é muito duvidosa”, pontuou o secretário.
Ao finalizar, Luiz Antonio endureceu o tom ao responder sobre o pedido de fiscalização do vereador que citou ironicamente a operação Ararath sugerindo que poderia acontecer desvios na Capital. Carvalho esclareceu que todas as aquisições dos últimos 60 dias sem licitação, foram realizadas dentro de um padrão do Ministério da Saúde. As mesmas foram encaminhadas ao Ministério Público estadual e Tribunal de Contas. Ele se desculpou por não enviar a Câmara, mas garantiu que os documentos serão entregues.
“Como você disse das demais operações, porque aqui algemado nós não vamos sair não, ao contrário, aqui nós vamos algemar pessoas que estão fora daqui”, finalizou. Leia mais - Secretário vê com preocupação aumento de casos em Cuiabá e não descarta construir hospitais de campanha
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