O secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Mauro Carvalho poderá depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Pandemia da Covid-19), que tramita no Senado. O pedido foi formalizado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) nessa terça-feira (24.08). Confira o requerimento
Renan Calheiros aponta mensagens extraídas do celular do atravessador de vacinas Luiz Paulo Dominghetti, voluntariamente entregue à Comissão, demonstram intensa troca de correspondências eletrônicas com o Governo de Mato Grosso. Calheiros cita e-mails e mensagens por telefones – “whatsapp” e “SMS”, com propostas envolvendo a empresa DAVATI MEDICAL SUPPLY, voltadas à contratação para aquisição da vacina denominada COVAXIN.
“Com efeito, pela troca de mensagens, sobretudo por e-mails, os quais não podem neste expediente ter seu conteúdo revelado por força de sigilo obrigatório, houve claro interesse da empresa Davati, do intermediário Domingueti e do convocado qualificado, para facilitar a aquisição da vacina Covaxin pelo Governo do Mato Grosso”, cita trecho do requerimento.
A CPI investiga um suposto esquema da venda da vacina a U$ 14 dólares, sendo que U$ 2 dólares seriam comissão pagas ao comprador (Governo de Mato Grosso) e ao atravessador, sendo U$ 1 dólar para cada. No período em que a suspeita foi apontada pela Comissão, o Governo informou por meio de nota, que recebeu um e-mail da empresa, porém, as negociações não foram adiante após exigir uma carta representação da empresa, fato que não foi apresentado.
Renan relembra que a Davati é empresa que envolve atos de personagens chaves das investigações, tais como servidores civis e militares do Ministério da Saúde, o próprio Luiz Paulo Dominguetti, Marcelo Blanco e José Ricardo Santana.
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“Assim, a relação do convocado com a empresa Davati e seus supostos representantes, em franca negociação para se adquirir vacinas, em tese, por meios nada regulares, além das relações pessoais, ligações comerciais e intimidade demonstrada com outros personagens ouvidos e investigados por este Colegiado, denotam indícios de atos em desconformidade com a ordem jurídica e que, com toda certeza, impõem ao ora Requerente, na condição de Relator da CPI, imperioso e imediato aprofundamento da investigação, por meio do levantamento que se requisita e outros que possam ser utilizados”, cita trecho do documento.
O pedido ainda deverá ser aprovado pelos membros da CPI da Pandemia.
Outro lado – A reportagem entrou em contato com a assessoria que informou que ainda não iria responder.
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