O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), responsabilizou a administração anterior, liderada por Emanuel Pinheiro (MDB), pela crise no transporte coletivo após a apreensão de 31 ônibus da empresa Caribus Transportes. Em entrevista na manhã desta terça-feira (18), Abílio afirmou que a empresa enfrenta dificuldades financeiras devido a uma dívida não paga pela gestão passada.
"Eles tiveram esses ônibus apreendidos pelo banco onde foram adquiridos. O Emanuel, na época, pressionou as empresas a comprarem veículos novos, mas não fez o pagamento devido. A Caribus aponta um débito de mais de R$ 8 milhões com a Prefeitura, referente à gestão anterior", declarou o prefeito. Segundo ele, a dívida total com as empresas de ônibus ultrapassa R$ 30 milhões, sendo R$ 38 milhões somente com a Caribus.
A crise no transporte público se agravou nesta terça-feira com a retirada dos ônibus de circulação, prejudicando moradores da região do bairro Osmar Cabral. Os veículos foram apreendidos após o não pagamento das parcelas de um financiamento feito com o Banco Volvo.
Para minimizar os impactos, Abílio Brunini explicou que a Prefeitura negocia com a empresa e com o banco uma solução para liberar os veículos e evitar novos transtornos. "Estamos pagando em dia o transporte público atual e começando a quitar parte dessa dívida herdada. Nosso objetivo é possibilitar uma renegociação com o banco para que os ônibus possam voltar a circular", destacou.
Remanejamento de ônibus
Diante da crise, a empresa Caribus precisou acionar ônibus reservas, mais antigos, para atender à população. O prefeito reconheceu que a medida não é suficiente para suprir a demanda, especialmente em bairros populosos como o Osmar Cabral. "Já havia uma defasagem no número de veículos disponíveis, e a apreensão agravou a situação", afirmou.
Abílio revelou ainda que outras empresas que integram o sistema municipal de transporte urbano, representadas pela MTU (Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos), foram orientadas a ceder veículos para ajudar no atendimento das linhas prejudicadas. "Já conversei com empresários do setor e eles se dispuseram a colaborar nesse momento crítico", disse.
Reestruturação do transporte
O prefeito reforçou que a crise não foi causada por sua gestão, mas assumiu a responsabilidade de buscar soluções para o transporte coletivo da capital. "Essa não é uma situação criada por mim, mas eu sou o prefeito e preciso resolver", concluiu.
Abílio adiantou que a Prefeitura estuda medidas para reestruturar o sistema de transporte público, incluindo a revisão dos contratos com as concessionárias e a busca de alternativas para evitar novos colapsos no serviço.
Leia mais: Justiça determina que Banco Volvo retire ônibus apreendidos no prazo de 48 horas
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).