O deputado estadual Júlio Campos (União) afirmou nesta quarta-feira (19) que pretende sugerir um movimento nacional para que as Assembleias Legislativas dos Estados iniciem uma mobilização pela anistia das pessoas condenadas pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O parlamentar considera as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) excessivas e defende uma "pacificação" do país.
"Eu acho que o Brasil todo, e até vou sugerir que as Assembleias Legislativas comecem essa mobilização nacional pela anistia já. Foram muito pesadas as penas, muitas pessoas inocentes que estavam lá apenas para um protesto normal, democrático, foram levadas para a cadeia e agora recebem 17 anos de prisão. Isso não é justo", declarou Júlio.
Para o deputado, o STF tem punido os manifestantes com rigor excessivo, equiparando as penas às de crimes como assalto e latrocínio. "Estão punindo pessoas inocentes como se fossem bandidos. É preciso fazer a dosimetria, ou seja, recusar essas condenações exageradas", defendeu.
Proposta de mobilização nacional
O deputado revelou que ainda não iniciou tratativas institucionais para viabilizar a proposta, mas pretende levar a discussão para a União Nacional de Assembleias Legislativas (Unale), entidade que reúne os parlamentos estaduais do país.
"A ideia surgiu hoje de manhã ao ver o noticiário nacional. Como sou membro da Unale, na próxima reunião da diretoria, no início de março, vou levar essa tese. Nós poderíamos começar, pelas Assembleias Estaduais, um movimento em prol da pacificação do país", disse.
Ele defende uma anistia ampla para aqueles que participaram das manifestações sem envolvimento em atos de depredação e violência. "Os depredadores, os bandidos que realmente cometeram crimes, esses não precisam estar na sociedade. Agora, aqueles que apenas protestaram pacificamente deveriam ser anistiados", ponderou.
Júlio Campos também avaliou o impacto da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O parlamentar acredita que a medida pode fortalecer a direita no cenário político nacional.
"No momento em que transformam o presidente Bolsonaro em um condenado total, quando ele nem estava no Brasil, porque estava nos Estados Unidos, e agora ele é acusado desse grande terrorismo, acredito que isso prejudica muito a democracia e também fortalece a direita nacional", afirmou.
O parlamentar ainda criticou o fato de o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados se oporem à anistia, relembrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi beneficiado por uma decisão do STF que anulou suas condenações, permitindo sua candidatura em 2022.
"O PT e os seus aliados não querem pacificar a nação concedendo a anistia. Nós temos que pacificar esse Brasil", concluiu Júlio Campos.
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