O deputado federal mato-grossense, Valternir Pereira (MDB-MT) em entrevista ao nesta quarta-feira (11.08) relatou que votou pela convicção ao se posicionar contrário a PEC do Voto Impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19) rejeitada pelo Plenário da Câmara dos Deputados. O texto arquivado precisava de 308 votos favoráveis para aprovação, mas recebeu somente 229 votos favoráveis e 218 contrários, e uma abstenção.
Valtenir destacou que as discussões não visavam melhorar o sistema eleitoral brasileira, mas girava em tom de ameaça à Democracia, quando diz que “sem voto impresso não tem eleição”.
“Acrescentar mais um mecanismo de segurança ok, estamos prontos para melhorar, mas o que se observou é que eles queriam voltar ao tempo da onça, da urna de papel, você só utilizaria a urna eletrônica e mais a impressão do voto para fazer esses mecanismos, mas em qualquer circunstância houvesse um pedido independente de confiança ou não de motivo plausível para poder fazer uma verificação, qualquer um que pedisse poderia fazer. Então, você tornaria tanto os 10 milhões de votos praticamente no sistema de conferência antiga”, declarou o deputado.
O emedebista afirmou que por conta dos arroubos do presidente em tom de ameaça à Democracia, tanto ele como outros deputados disseram: "alto lá, as coisas não funcionam desse jeito. O que parece que o voto auditável prega um subterfúgio para escancarar uma possibilidade de alegar fraudes, fraudes e fraudes e desacreditar o sistema democrático brasileiro. Então esse foi um dos motivos que votamos contra”, opinou Valtenir.
Questionado se votou por orientação do MDB, o deputado relatou que o partido tirou o encaminhamento, mas não era uma camisa de força: “Tanto que boa parte da bancada – próximo da metade votou a favor -, mas a maioria votou contra. Então assim, a minha convicção deu certo com o pensamento partidário”, contou o deputado.
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Sobre as ameaças dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – que mesmo sem apresentar provas, alega que houve fraudes na eleição e chegou a condicionar a eleição a aprovação da PEC - , Valternir Pereira refletiu: “Veja os bolsonaristas eles não votaram em mim, votaram no Medeiros, votaram no Barbudo, votaram no Victório Galli em outros bolsonaristas.”
Valternir Pereira relatou que recebeu pedidos para votar contra dos eleitores educados. Já os que tinham pedido a favor da PEC do Voto Impresso eram ameaçadores. Entretanto, como parlamentar, garantiu que está preparado para essa oposição.
“Eu recebi inúmeros pedidos para votar contra, mas o mais engraçado que os que pediram para votar contra jamais entravam ameaçando. Os pedidos para voto não eram de forma educada. Agora os votos a favor, eram pedidos ameaçadores – diziam: sem você não vota, na próxima eleição vou trabalhar contra, mas a gente tem que ter a habilidade para lidar com essas circunstâncias. Você tem que dialogar com todo segmento da sociedade na Democracia faz parte a divergência e ajuda você a aperfeiçoar o seu pensamento”, encerrou.
Veja votos dos deputados de MT: Somente foram contrários a PEC do Voto Impresso, Valtenir e Rosa Neide (PT). Foram favoráveis, Emanuel Pinheiro Neto (PTB) – SIM; José Medeiros (Podemos) – SIM; Juarez Costa (MDB) – SIM; Neri Geller (PP) – SIM; Nelson Barbudo (PSL) – SIM e Dr. Leonardo (Solidariedade) – registrou ausência por licença médica.
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